Fashion Rio comemora 20ª edição ao ritmo da bossa nova
RIO DE JANEIRO, 12 Jan 2012 (AFP) -A internacional bossa nova dá o tom da 20ª edição do Fashion Rio, a semana de moda carioca, que acontece até sábado nos armazéns do Pier Mauá, Zona Portuária da Cidade Maravilhosa, com destaque para a natureza e os desenhos étnicos.
"Sou Rio, essa bossa é nossa" é o tema desta edição, em que 24 grifes apresentam suas propostas para o inverno 2012.
"O Rio de Janeiro sempre foi uma usina de inspiração. Mais do que uma semana de moda, o Fashion Rio é, hoje, uma plataforma que valoriza a criatividade em diversas áreas", diz o diretor criativo do evento, Paulo Borges. "Queremos mostrar como é possível desenvolver a moda no Brasil em termos globais, como aconteceu com a bossa nova e o design".
O que se vê nas passarelas é uma aposta nos étnicos e na valorização da natureza, assim como nos materiais ecologicamente corretos.
A referência a florestas e pássaros esteve presente nas estampas e texturas da TNG, que apresentou um jeans 100% reciclado, desenvolvido com PET (material das garrafas plásticas) e sobras de fios da indústria denim.
Os tecidos amigos do meio ambiente ganharam destaque nas peças femininas e masculinas, em que o tricô apareceu em duas versões: com trançado pesado ou espessura bem fina.
A top gaúcha Carol Trentini, modelo mais aguardada do evento, desfilou o esporte chique da Cantão, outra grife que se inspirou na natureza ao exibir roupas que confortam, a chamada tendência casulo, com formas arredondadas, que envolvem o corpo, sobrepostas a meias e blusas que formam uma segunda pele.
Patachou e Alessa exibiram grafismos étnicos e tapeçaria, tendências apontadas pela consultora de moda e jornalista Erika Palomino como alguns dos destaques do inverno 2012 carioca. "Tudo isso é bem comercial", aposta.
A Patachou se inspirou nas gueixas e trouxe quimonos marcando a cintura ou usados soltos, combinados com calça social ou saia balonê. E mostrou que o dourado vai vir forte na próxima estação. A opção foi por cores quentes, desbancando os tradicionais tons fechados do inverno.
Esta também foi a escolha da estilista Alessa, que abusou das nuances quentes da terra: ocre, marrom e laranja.
Alessa deixou clara a inspiração da tapeçaria em sua coleção. O chão da passarela foi coberto de tapetes orientais, por onde passaram tecidos fluidos e looks com desenhos geométricos, em que os bordados valorizavam os desenhos dos tapetes e seus pontos.
A tapeçaria e o espírito tribal apareceram no tricô da Coven, que se inspirou na civilização maia e no trabalho artesanal da cidade de Antigua, na Guatemala. Estampas geométricas, combinadas com miçangas e canutilhos, além dos cortes soltos e do brilho do lurex, marcaram presença em várias peças, como as calças, mais ajustadas e urbanas.
Máscaras e outros símbolos desse povo milenar apareceram em camisas de tricô no estilo caftan.
Exposições complementam a semana de moda carioca com arte e design. Uma delas mostra a influência da bossa nova observada a partir de mais de 50 capas antigas de discos clássicos, com curadoria do músico Charles Gavin.
Uma parte especial é dedicada a capas de discos originais dos anos 1960 e 1970 inspiradas no Rio de Janeiro, com títulos de Vinícius de Moraes, Roberto Menescal e Edu Lobo, entre outros.
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