Gravuras japonesas que marcaram os impressionistas franceses reunidas em livro
PARIS, França, 2 dez 2011 (AFP) -Trezentas pranchas inéditas do "La Manga" do pintor japonês Katsushika Hokusai (1760-1849) - uma compilação de croquis, desenhos e caricaturas, que influenciou os impressionistas franceses, e ancestral dos mangás contemporâneos - estão reunidos num livro, apresentado na quinta-feira, em Paris.
Hokusai é o primeiro a ter suas gravuras incluídas numa só obra e que, na época, fascinaram os artistas Manet, Monet, Degas, tornando-se conhecidas, no Ocidente, graças ao pintor e gravador Félix Bracquemond.
O livro "Hokusai Manga", de 700 páginas, foi editado por La Martinière.
Animais, caricaturas, paisagens e cenas do cotidiano são reproduzidos em gravuras em madeira da época, no formato 30,3 x 21 cm, acompanhados de textos bilingues (francês-japonês) redigidos por dois especialistas: Hideki Nakamura, crítico de arte e professor emérito da Universidade de Nagoya Zokei, e Mitsuru Uragami, antiquário e especialista em artes asiáticas.
Uragami é considerado "o maior colecionador de Hokusai", segundo a editora. Ele possui 1.500 trabalhos dele que reúne há 40 anos, tendo apresentado à imprensa dez cadernos, na edição original (1814- 1878) assim como vários desenhos eróticos.
"O mundo conhece, principalmente, as 36 vistas do Monte Fuji e da grande onda, mas Hokusai, que morreu aos 90 anos, numa época na qual a expectativa de vida era de 50 anos, só começou a se interessar por paisagens aos 70 anos", explicou Uragami.
"Antes, ele se dedicava a retratos dos atores do Teatro de Kabuki e de belas mulheres. Mudou várias vezes de nome e considerava que o valor artístico de uma obra residia na capacidade de seu autor mudar de estilo", acrescentou.
"Hokusai dizia que começou a desenhar aos seis anos, que foi medíocre até os 70 anos e que aos 90 ou 100 anos chegaria, sem dúvida, ao ideal", prosseguiu o especiualista.
"La Manga" conta com cerca de 4.000 pranchas que Hokusai começou a conceber aos 55 anos, para seus aprendizes - 200 pessoas em todo o Japão. "Os dez primeiros tomos chegaram a ser editados e tiveram um tal sucesso junto ao público que Hokusai decidiu dar continuidade a eles", acrescentou Uragami.
Segundo ele, os cadernos com os croquis "serviam, então, de divertimento durante festas e reuniões familiares, com os convidados tentando reproduzir os desenhos como fazem, hoje, karaokê".
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