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Deputado britânico chama James Murdoch de 'chefe de máfia'

France Presse

10/11/2011 14h45

LONDRES, 10 Nov 2011 (AFP) -Um deputado britânico rotulou de "chefe da máfia" o filho do magnata Rupert Murdoch, James Murdoch, depois que este afirmou nesta quinta-feira, em sua segunda audiência diante de uma comissão parlamentar, não ter sido informado sobre a prática recorrente de escutas ilegais no News of the World.

"Você deve ser o primeiro chefe mafioso da história que não sabia que estava dirigindo uma empresa criminosa", disse o deputado Tom Watson, uma das pessoas que ajudou no esclarecimento do escândalo das escutas telefônicas no tablóide dominical sensacionalista.

O presidente do News International, filial britânica da News Corp, que editava o semanário, considerou ofensiva a comparação feita na Comissão de Cultura, Meios de Comunicação e Esportes da Câmara dos Comuns.

Murdoch, de 38 anos, apenas reiterou seu testemunho de julho, ao declarar que nunca viu nenhum e-mail que sugerisse em 2008 que as escutas eram uma prática generalizada no News of the World, ao contrário do que foi afirmado por outras testemunhas.

Ele admitiu que sabia da existência desta mensagem, agora conhecida como "For Neville" porque era destinada ao então chefe de reportagem do semanário, Neville Thurlbeck, mas disse que nunca leu o conteúdo.

"O e-mail chamado 'For Neville'... qualquer prova ou suspeita de má conduta - nada disso faz alguma menção a mim", declarou James Murdoch.

"Não me mostraram qualquer documento nessa reunião, nem me deram qualquer documento nessa reunião ou em outra anterior", acrescentou.

Depois de seu depoimento em julho, duas outras testemunhas - um ex-editor do jornal semanal, Colin Myler, e um ex-advogado do News International, Tom Crone - alegaram que, durante uma reunião realizada em 10 de junho de 2008 informaram a James Murdoch sobre este e-mail que, aparentemente, provava que as escutas telefônicas do News of the World não eram realizadas por um único repórter, mas já era uma prática recorrente.

O News of the World, semanário mais vendido do Reino Unido até seu fechamento no dia 7 de julho, é acusado de ter realizado desde 2000 cerca de 5800 escutas ilegais. As vítimas eram políticos, celebridades, membros da realeza, parentes de vítimas dos atentados de Londres em 2005, de soldados mortos no Iraque e no Afeganistão e até de uma adolescente desaparecida, que foi encontrada morta posteriormente.

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