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EUA confiscam quadro italiano supostamente roubado por nazistas

France Presse

04/11/2011 19h56

MIAMI, EUA, 4 Nov 2011 (AFP) -A pintura "Cristo carregando a cruz", do italiano Girolamo Romano (1484-1566), que pode ter sido roubada pelos nazistas de uma família judaica na França, foi confiscada de um museu da Flórida nesta sexta-feira pela agência de Imigração e Alfâdega (ICE) e pelo Departamento de Segurança Interna.

As autoridades americanas confiscaram a obra de arte do Museu Mary Brogan de Arte e Ciência em Tallahassee (norte de Flórida) como parte de um processo legal para proteger a pintura até que se confirme a identidade dos verdadeiros proprietários, afirmou um comunicado do ICE.

Em meados de setembro, as autoridades americanas impediram a saída do país desta obra-prima do século XVI, após a suspeita de que esta pode pertencer a uma família judaica saqueada na França durante a Segunda Guerra Mundial, disse o museu.

A pintura do italiano Girolamo Romano tinha sido emprestada para uma exposição no museu de Tallahassee pela Pinacoteca di Brera, Milão (Itália), junto a outras cinquenta pinturas, explicou na época à AFP a presidente do museu, Chucha Barber.

Pouco antes de terminada a exposição sobre o barroco em Lombardía, em 4 de setembro, as autoridades americanas em acordo com seus pares italianos pediram que a pintura fosse retida antes de partir para o museu na Europa.

A promotora da Flórida Pamela Marsh expressou suas dúvidas sobre a origem da obra, que pode ter sido roubada em Vichy (França) de uma família judaica italiana refugiada na França, os Gentili. A coleção da família foi leiloada.

Depois que o caso foi revelado, Barber recebeu uma ligação de Lionel Salem, neto da família Gentili, que começou em 1999 trâmites legais para recuperar as pinturas roubadas de sua família.

De acordo com o jornal Tallahassee Democrat, que descobriu o caso, a obra que data de 1538 foi segurada em 2,5 milhões de dólares.

A família Gentili recuperou cinco obras do museu do Louvre desde que empreendeu suas açõs legais.

Casos como este são descobertos de tempos em tempos na Europa e Estados Unidos, depois que milhares de obras de arte foram roubadas e depois vendidas pelos nazistas ou pelas autoridades colaboracionistas durante a Segunda Guerra Mundial.

pb/rs/lb