Incêndio destrói sede de revista francesa que publicou charge de Maomé
PARIS, França, 2 Nov 2011 (AFP) -A sede da revista satírica francesa Charlie Hebdo em Paris, que nesta quarta-feira publica um número especial com uma charge do profeta Maomé na capa, foi destruída por um incêndio criminoso durante a madrugada.
As chamas, que não causaram vítimas, foram provocadas por um coquetel molotov lançado contra o prédio da revista na madrugada desta quarta-feira, segundo a polícia.
A revista mordaz decidiu, para "celebrar a vitória" do partido islamita Ennahda nas eleições na Tunísia, fazer do profeta Maomé o editor do número desta quarta-feira, que recebeu o título especial de "Sharia Hebdo". A sharia é lei islâmica.
O título da publicação, que chegou às bancas nesta quarta-feira, precedido por um grande debate nas redes sociais, também é uma referência ao recente anúncio do Conselho Nacional de Transição na Líbia da restauração da lei muçulmana.
"Cem chicotadas se você não morrer de rir", adverte a capa da revista, que teve o site aparentemente afetado pela ação de hackers nas últimas horas.
A edição inclui um editorial assinado por Maomé, com o título "Aperitivo Hatar", ilustrações e até um suplemento feminino, o "Sharia Madame".
Na última página há uma charge de Maomé, com um nariz vermelho de palhaço.
"Sim, o Islã é compatível com o humor", afirma o profeta no desenho.
O incêndio destruiu o térreo e o primeiro andar do prédio da revista, na zona leste de Paris, mas foi controlado e não provocou nenhuma vítima, segundo a polícia.
"Ninguém foi detido", afirmou uma fonte policial, antes de afirmar que a investigação deverá confirmar o uso do coquetel molotov.
De acordo com o diretor da revista, o desenhista Charb, o incêndio está "diretamente vinculado" com a edição especial desta quarta-feira.
"No Twitter, no Facebook, recebemos muitas mensagens de protestos, ameaças, insultos, que a direção da revista pretende repassar à polícia", disse.
A publicação já havia recebido ameaças durante a publicação das caricaturas de Maomé em 2006.
Mas para Charb, o número desta quarta-feira "não tem o mesmo alcance, é mais uma piada que outra coisa".
"A iniciativa buscava apenas abordar um tema da atualidade com o humor que caracteriza a revista".
Em fevereiro de 2006, a revista satírica publicou 11 páginas de charges de Maomé, que haviam sido publicadas no ano anterior por um jornal dinamarquês. O chargista Kurt Westergaard foi alvo de uma tentativa de assassinado por um fanático.
Na ocasião, a capa do Charlie Hebdo mostrava o profeta chorando.
"É duro ser amado por tontos", afirmava Maomé em um desenho elaborado por Cabu.
A União de Organizações Islâmicas da França processou na ocasião a revista por "ofensa contra um grupo de pessoas por sua religião".
ggy/fp
As chamas, que não causaram vítimas, foram provocadas por um coquetel molotov lançado contra o prédio da revista na madrugada desta quarta-feira, segundo a polícia.
A revista mordaz decidiu, para "celebrar a vitória" do partido islamita Ennahda nas eleições na Tunísia, fazer do profeta Maomé o editor do número desta quarta-feira, que recebeu o título especial de "Sharia Hebdo". A sharia é lei islâmica.
O título da publicação, que chegou às bancas nesta quarta-feira, precedido por um grande debate nas redes sociais, também é uma referência ao recente anúncio do Conselho Nacional de Transição na Líbia da restauração da lei muçulmana.
"Cem chicotadas se você não morrer de rir", adverte a capa da revista, que teve o site aparentemente afetado pela ação de hackers nas últimas horas.
A edição inclui um editorial assinado por Maomé, com o título "Aperitivo Hatar", ilustrações e até um suplemento feminino, o "Sharia Madame".
Na última página há uma charge de Maomé, com um nariz vermelho de palhaço.
"Sim, o Islã é compatível com o humor", afirma o profeta no desenho.
O incêndio destruiu o térreo e o primeiro andar do prédio da revista, na zona leste de Paris, mas foi controlado e não provocou nenhuma vítima, segundo a polícia.
"Ninguém foi detido", afirmou uma fonte policial, antes de afirmar que a investigação deverá confirmar o uso do coquetel molotov.
De acordo com o diretor da revista, o desenhista Charb, o incêndio está "diretamente vinculado" com a edição especial desta quarta-feira.
"No Twitter, no Facebook, recebemos muitas mensagens de protestos, ameaças, insultos, que a direção da revista pretende repassar à polícia", disse.
A publicação já havia recebido ameaças durante a publicação das caricaturas de Maomé em 2006.
Mas para Charb, o número desta quarta-feira "não tem o mesmo alcance, é mais uma piada que outra coisa".
"A iniciativa buscava apenas abordar um tema da atualidade com o humor que caracteriza a revista".
Em fevereiro de 2006, a revista satírica publicou 11 páginas de charges de Maomé, que haviam sido publicadas no ano anterior por um jornal dinamarquês. O chargista Kurt Westergaard foi alvo de uma tentativa de assassinado por um fanático.
Na ocasião, a capa do Charlie Hebdo mostrava o profeta chorando.
"É duro ser amado por tontos", afirmava Maomé em um desenho elaborado por Cabu.
A União de Organizações Islâmicas da França processou na ocasião a revista por "ofensa contra um grupo de pessoas por sua religião".
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