Quadro de mestre holandês roubado por nazistas é devolvido por um cassino alemão
MONTREAL, Canadá, 24 Out 2011 (AFP) -Um quadro de mais de 300 anos de um mestre holandês da pintura, o retratista Juriaen Pool filho (1665-1745), roubado de um marchand judeu alemão durante o nazismo, será devolvido nesta terça-feira por um cassino alemão a seus herdeiros, anunciou nesta segunda-feira a Universidade canadense Concordia.
"É a primeira vez que um estabelecimento alemão nos devolve uma tela", disse à AFP o diretor de projetos especiais desta universidade de Montreal, Clarence Epstein.
Desde 2002, a Universidade Concordia tenta recuperar mais de 400 quadros que pertenceram ao marchand Max Stern.
Ameaçado pelos nazistas, Max Stern foi obrigado a fechar sua galeria de arte de Dusseldorf em dezembro de 1937, fugindo para Londres, depois para o Canadá, após ter sido obrigado pela Gestapo a abandonar ou ceder seus quadros, vendidos a preços baixos.
A Concordia é legatária da coleção Max-Stern, junto com a Universidade McGill de Montreal e a Universidade hebraica de Jerusalém.
A obra que será devolvida nesta terça-feira, durante cerimônia no Museu de Amsterdã, é uma tela de grande dimensão, "Les maîtres de la guilde des orfèvres à Amsterdam en 1701" Os mestres da assembleia de órfãos de Amsterdã em 1701, do então jovem retratista Juriaen Pool filho (1665-1745).
O quadro representa os notáveis de Amsterdã, e estava na galeria Stern de Dusseldorf até 1937, ano em que foi enviado à galeria Heinemann de Wiesbaden. Foi adquirido, após a Segunda Guerra Mundial, por um cassino no sul da Alemanha, que permaneceu com ele desde então.
Epstein recusou-se a identificar o cassino, que pediu para não ter o nome divulgado.
O trabalho é a nona obra de arte espoliada pelos nazistas a ser devolvida aos herdeiros testamentários de Max Stern, que faleceu durante uma viagem a Paris, em 1987.
A realização da cerimônia no Museu de Amsterdã não foi por acaso: a instituição acaba de inaugurar um anexo destinado a crianças, no mesmo local onde havia um orfanato que viu crescer Juriaen Pool na adolescência, após ficar sem a família.
Um personagem que encarna o retratista é encarregado de guiar, hoje, os visitantes, de uma sala à outra do antigo orfanato.
A devolução da tela foi fruto de um trabalho minucioso, iniciado em 2004 por dirigentes do projeto, com o apoio dos escritórios de pedidos de indenizações ligadas à 'Shoah' (expressão que significa catástrofe ou tragédia e que é utilizada para designar o genocídio nazista) do Estado de Nova York, graças a informações sobre sua localização fornecidas pela casa Sotheby's.
Nos arquivos do Instituto holandês de História da Arte (RKD), com o qual Max Stern mantinha estreito contato, na época, um pesquisador encontrou uma nota deste último datando de 1937.
Acompanhada de uma fotografia do quadro, a nota não deixa nenhuma dúvida sobre quem era o proprietário da obra, como atestam os documentos da Universidade Concordia. Um forte argumento que convenceu o cassino a devolver a obra, acrescentou Epstein.
"É a primeira vez que um estabelecimento alemão nos devolve uma tela", disse à AFP o diretor de projetos especiais desta universidade de Montreal, Clarence Epstein.
Desde 2002, a Universidade Concordia tenta recuperar mais de 400 quadros que pertenceram ao marchand Max Stern.
Ameaçado pelos nazistas, Max Stern foi obrigado a fechar sua galeria de arte de Dusseldorf em dezembro de 1937, fugindo para Londres, depois para o Canadá, após ter sido obrigado pela Gestapo a abandonar ou ceder seus quadros, vendidos a preços baixos.
A Concordia é legatária da coleção Max-Stern, junto com a Universidade McGill de Montreal e a Universidade hebraica de Jerusalém.
A obra que será devolvida nesta terça-feira, durante cerimônia no Museu de Amsterdã, é uma tela de grande dimensão, "Les maîtres de la guilde des orfèvres à Amsterdam en 1701" Os mestres da assembleia de órfãos de Amsterdã em 1701, do então jovem retratista Juriaen Pool filho (1665-1745).
O quadro representa os notáveis de Amsterdã, e estava na galeria Stern de Dusseldorf até 1937, ano em que foi enviado à galeria Heinemann de Wiesbaden. Foi adquirido, após a Segunda Guerra Mundial, por um cassino no sul da Alemanha, que permaneceu com ele desde então.
Epstein recusou-se a identificar o cassino, que pediu para não ter o nome divulgado.
O trabalho é a nona obra de arte espoliada pelos nazistas a ser devolvida aos herdeiros testamentários de Max Stern, que faleceu durante uma viagem a Paris, em 1987.
A realização da cerimônia no Museu de Amsterdã não foi por acaso: a instituição acaba de inaugurar um anexo destinado a crianças, no mesmo local onde havia um orfanato que viu crescer Juriaen Pool na adolescência, após ficar sem a família.
Um personagem que encarna o retratista é encarregado de guiar, hoje, os visitantes, de uma sala à outra do antigo orfanato.
A devolução da tela foi fruto de um trabalho minucioso, iniciado em 2004 por dirigentes do projeto, com o apoio dos escritórios de pedidos de indenizações ligadas à 'Shoah' (expressão que significa catástrofe ou tragédia e que é utilizada para designar o genocídio nazista) do Estado de Nova York, graças a informações sobre sua localização fornecidas pela casa Sotheby's.
Nos arquivos do Instituto holandês de História da Arte (RKD), com o qual Max Stern mantinha estreito contato, na época, um pesquisador encontrou uma nota deste último datando de 1937.
Acompanhada de uma fotografia do quadro, a nota não deixa nenhuma dúvida sobre quem era o proprietário da obra, como atestam os documentos da Universidade Concordia. Um forte argumento que convenceu o cassino a devolver a obra, acrescentou Epstein.
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