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Especialista critica método de Murray para tratar insônia de Jackson

13/10/2011 17h54

LOS ANGELES, EUA, 13 Out 2011 (AFP) -Um especialista em terapia do sono disse nesta quinta-feira que tratar insônia com propofol "é incompreensível", referindo-se ao sedativo que o médico de Michael Jackson, Conrad Murray, dava ao cantor, morto em 2009 devido a uma intoxicação por medicamentos.

"Isso é um desvio grave dos padrões", afirmou Nader Kamangar, especialista em doenças do sono no centro médico Ucla. O propofol, com o qual Jackson estava tão familiarizado, "é usado para sedar pacientes entubados", assinalou no julgamento de Murray, que acontece na Suprema Corte de Los Angeles.

Murray deu propofol a Jackson na manhã de 25 de junho de 2009, depois que outros sedativos (lorazepam e midazolam) não conseguiram fazer o cantor dormir. Em seguida, ausentou-se para ir ao banheiro e, ao retornar, encontrou Jackson aparentemente morto.

"A combinação de fatores, principalmente o uso de propofol após o Ativan (lorazepam) em um paciente que não está sendo controlado, gerou uma tempestade perfeita (...) É uma receita para a tragédia", definiu Kamangar.

"A decisão correta nessa situação é que um especialista avalie o paciente, consultar um psiquiatra (...). Tratar o distúrbio de ansiedade subjacente", afirmou o médico, interrogado pelo advogado de Murray Michael Flanagan sobre a insônia crônica de Jackson. "Só consideraria administrar a forma oral (de lorazepam) de forma suplementar ao problema subjacente", insistiu Kamangar.

O especialista também criticou Murray por não ter levado em conta o histórico médico de Jackson, e não ter conversado com pessoas ligadas ao cantor, como o seu segurança, para investigar as causas de sua insônia.

O anestesista renomado Steven Shafer, que trabalhou por 20 anos para a agência de controle de medicamentos, FDA, falará sobre o propofol quando as sessões forem retomadas, na próxima segunda-feira.