Durante mais de três meses a diversidade brasileira agitará a capital europeia
BRUXELAS, 29 Set 2011 (AFP) -O Festival Europalia apresentará durante três meses em Bruxelas uma ampla visão do Brasil, repleta de diversidade musical, étnica e visual, tão vasta quanto seu território.
Mais de 600 eventos, 2650 obras de arte e mil artistas e especialistas brasileiros participarão da versão 2011 do evento, que tem como tema principal a diversidade para mostrar vários "Brasis".
"Quando pensamos em Brasil, nós europeus pensamos em cachaça, futebol e samba. Mas o Brasil é muito mais do que isso e é essa diversidade que chama a atenção quando alguém conhece o Brasil. É mistura de culturas, arte, desenho, poesia e um longo etcétera", disse à AFP Kristine De Mulder, diretora da Europalia Internacional e da Europalia Brasil.
A presidente brasileira, Dilma Rousseff, vai inaugurar no dia 4 de outubro o mega-evento que será realizado até o dia 15 de janeiro, à margem de sua participação na segunda e na terça-feira na cúpula Brasil-União Europeia.
Os organizadores estimam que pelo menos um milhão e meio de pessoas visitarão as quatro mega-exposições nos museus mais emblemáticos de Bruxelas, entre elas Brasil Brasil e Arte no Brasil, no Palácio de Belas Artes, Índios do Brasil, no Museu do Cinquentenário, e Terra Brasilis, em um Espaço Cultural da Praça Real da capital europeia.
"Temos uma extensa mostra que percorre diferentes etapas da arte brasileira, com um toque particular, já que são os próprios artistas e curadores brasileiros que escolheram quem trazer; é a visão do Brasil vista pelos brasileiros", contou De Mulder.
Também no programa que se estende a outras cidades de Bélgica, França e Holanda estão 171 shows, 67 espetáculos de dança, teatro, cinema e encontros literários. Entre as estrelas convidadas destacam-se o compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal e a companhia de dança Corpo.
"A escolha do Brasil este ano segue uma linha coerente, já que as edições anteriores mostraram a riqueza cultural de alguns países do grupo dos Brics" formado por Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e China, disse a organizadora.
Rússia e China já foram as estrelas do festival Europalia, realizado a cada dois anos.
Segundo De Mulder, o evento tem um custo estimado de entre 20 e 25 milhões de euros, financiado entre o país convidado, a Europalia e cerca de "200 sócios contribuintes".
O Palácio de Belas Artes de Bruxelas abrigará uma exposição dedicada a Paulo Mendes da Rocha, um dos arquitetos contemporâneos mais influentes do Brasil, ganhador em 2006 do prêmio Pritzker, o principal da arquitetura, que tem como uma de suas principais obras o Museu Brasileiro de Escultura (MUBE), em São Paulo.
Uma obra do também arquiteto carioca Sérgio Bernardes será exibida no emblemático Museu do Átomo. O artista reconstruirá o pavilhão que ele projetou para a Expo-Bruxelas de 1958.
"Ecletismo, mestiçagem, sincretismo, contrastes, imensidão, exuberância, luxo, cores e sabores. A imagem e semelhança do país que a gerou, a cultura brasileira simboliza a diversidade de sua gente, suas regiões, seu clima...e sua arte", assim o país é apresentado no catálogo da Europalia.
"E não é só isso. O Brasil é ainda muito mais do que isso", concluiu a diretora do evento.
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