Étnicos ou gráficos: clássicos britânicos são revisitados em Londres
LONDRES, 19 Set 2011 (AFP) -Inspiração étnica para a Burberry, gráfica para a Pringle of Scotland: duas instituições do estilo britânico foram revisitadas, cada uma à sua maneira, nesta segunda-feira, nos desfiles das duas marcas na Semana de Moda de Londres.
Apresentado em uma tenda transparente que deixava à mostra as árvores do Parque de Kensington, a coleção primavera-verão 2012 da Burberry Prorsum buscou inspiração na natureza e na África, com materiais brutos e cores quentes, como ameixa, açafrão e bordô.
Os looks, montados com bonés de palha adornados com pompons ameixa, mostraram saias evasês ajustadas na cintura com cintos largos trabalhados, casacos de couro entrelaçado, parkas com gola em ráfia ou com pequenos detalhes de madeira, além de peças com pedras coloridas na parte de cima. Nos pés, uma mistura de mocassim e peep-toe, enquanto as bolsas abusavam das misturas de palha e tons metálicos.
No final do desfile, assistido pelos atores britânicos Ben Kingsley e pela fashionista Sienna Miller, uma chuva de papéis cor de bronze, como folhas caindo no outono, deixou a plateia entusiasmada.
O desfile foi um dos pontos fortes do evento londrino, prova do dinamismo desse verdadeiro emblema do luxo britânico, que ganhou um novo ar e grande sucesso em todo o mundo com a influência de seu estilista, Christopher Bailey, 40 anos. Nesse período, o faturamento da marca, fundada em 1856, passou de 430 milhões para 1,5 bilhão de libras (1,7 bilhão de euros), principalmente por sua expansão e desenvolvimento na China.
A Burberry abandonou a Semana de Moda de Milão para voltar a Londres em 2009, assim como a Pringle of Scotland, que veio cheia de contrastes e grafismos.
Nos twin-sets de malha, detalhes frontais de losangos coloridos, acompanhados de pantalonas cinza ou azul-marinho e camisas em cores vivas. Os pulôveres tinham estampas em forma de corrente, abertos nas costas, e as rendas foram combinadas com cetim em vestidos com grande influência dos anos 1960. Nos pés, scarpins com ponteira metálica, mesmo tom dos braceletes e fivelas dos cintos.
Em seu primeiro desfile como diretor artístico da Pringle of Scotland, Alistair Carr, 36 anos, disse ter se inspirado nos clássicos da marca, revisitando-os. O britânico, que deixou a Balenciaga em março, era esperado em um momento decisivo, com a difícil tarefa de suceder a compatriota Clare Waight Keller, que trabalhou durante cinco anos para rejuvenescer a marca, fundada em 1815, e transformá-la em uma grife moderna e internacional.
Na primeira fila do desfile, a musa da marca, a andrógina atriz Tilda Swinton, de vermelho. "Eu não sabia o que esperar. Eu acho que estas estampas gráficas são verdadeiramente uma boa inspiração para a evolução da Pringle", disse em entrevista à AFP Alexandra Shulman, editora-chefe da Vogue britânica. "Este é um primeiro passo e me interessa ver qual direção será tomada", concluiu.
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