Leiloadas 90 cartas e postais do escritor uruguaio Mario Benedetti
MONTEVIDéu, Uruguai, 13 Set 2011 (AFP) -Um total de 90 cartas e postais enviados pelo escritor uruguaio Mario Benedetti a seu irmão Raúl serão leiloados em Montevidéu nesta quarta-feira, dia em que o autor de dezenas de livros de poemas, prosa, contos, peças de teatro e ensaios faria 91 anos.
"(...) Nova York é uma cidade onde é mais fácil orientar-se. Não é como Washington, que como cidade planejada, tem todas as esquinas iguais (...). Assim, Washington não me entusiasmou em absoluto, ao contrário de Nova York. Tem uma vida bárbara e não há modo de aborrecer-se nela", afirmava Benedetti em carta datada de 16 de setembro de 1959.
O fragmento está reproduzido na página da internet sobre o leilão. A promotora da iniciativa, Daniela Boquete, disse à AFP que os documentos estão conservadas em excelente estado.
As cartas e os postais "mostram o estilo (de Benedetti), sua forma de expressar-se", afirmou.
"O conteúdo não apresenta, apenas o relacionamento da família. Há dados históricos: desde o preço de um café em Nova York em determinado dia e ano até o que se dizia sobre o Uruguai no exterior", acrescentou.
Os documentos abrangem o período de 1956 a 1989, incluindo os anos passados em Cuba, nos primeiros anos da revolução, e o posterior exílio em Argentina, Espanha e México; mas também há postais da época, enviados de Paris, Helsinque, Genebra ou Frankfurt.
Nascido em 1920 em Paso de los Toros (250 km ao norte de Montevidéu), Benedetti exilou-se durante a ditadura uruguaia (1973-1985). Com a volta à democracia, residiu alternadamente em Madri e Montevidéu até a morte, em 2006, da companheira Luz López Alegre, quando se radicou no Uruguai.
O escritor faleceu no dia 17 de maio de 2009, legando toda sua obra a uma fundação criada no mesmo ano, e deixando ao irmão Raúl uma pensão mensal.
Ao anunciar a decisão de leiloar as cartas, há dois anos, Raúl Benedetti disse à revista 'Búsqueda' que gostaria de "financiar um documentário sobre Mario".
A Fundação Mario Benedetti "nada tem a ver com o leilão", comentou Ariel Silva, gerente da Fundação e ex-secretário pessoal do escritor, declinando comentar a iniciativa.
Raúl Benedetti faleceu em 3 de setembro passado e os organizadores do leilão decidiram seguir adiante, obedecendo a sua vontade.
"A intenção é fazer chegar o conteúdo das cartas a um cineasta ou a um outro escritor, interessado em conhecer a vida íntima de Mario Benedetti, além de sua obra, sua forma de ser, sua personalidade, suas opiniões", informou Daniela Boquete.
Ela também informou ter recebido telefonemas de Espanha, México e Estados Unidos, com uma oferta de mais de 70.000 dólares pelo lote.
Benedetti é um dos maiores expoentes da literatura uruguaia, integrante da denominada "Generación del 45", Geração de 45.
Na quarta-feira, a Fundação realizará, por sua vez, a entrega do primeiro Prêmio Internacional de Direitos Humanos Mario Benedetti, e um outro, ao melhor ensaio sobre a obra do escritor.
"(...) Nova York é uma cidade onde é mais fácil orientar-se. Não é como Washington, que como cidade planejada, tem todas as esquinas iguais (...). Assim, Washington não me entusiasmou em absoluto, ao contrário de Nova York. Tem uma vida bárbara e não há modo de aborrecer-se nela", afirmava Benedetti em carta datada de 16 de setembro de 1959.
O fragmento está reproduzido na página da internet sobre o leilão. A promotora da iniciativa, Daniela Boquete, disse à AFP que os documentos estão conservadas em excelente estado.
As cartas e os postais "mostram o estilo (de Benedetti), sua forma de expressar-se", afirmou.
"O conteúdo não apresenta, apenas o relacionamento da família. Há dados históricos: desde o preço de um café em Nova York em determinado dia e ano até o que se dizia sobre o Uruguai no exterior", acrescentou.
Os documentos abrangem o período de 1956 a 1989, incluindo os anos passados em Cuba, nos primeiros anos da revolução, e o posterior exílio em Argentina, Espanha e México; mas também há postais da época, enviados de Paris, Helsinque, Genebra ou Frankfurt.
Nascido em 1920 em Paso de los Toros (250 km ao norte de Montevidéu), Benedetti exilou-se durante a ditadura uruguaia (1973-1985). Com a volta à democracia, residiu alternadamente em Madri e Montevidéu até a morte, em 2006, da companheira Luz López Alegre, quando se radicou no Uruguai.
O escritor faleceu no dia 17 de maio de 2009, legando toda sua obra a uma fundação criada no mesmo ano, e deixando ao irmão Raúl uma pensão mensal.
Ao anunciar a decisão de leiloar as cartas, há dois anos, Raúl Benedetti disse à revista 'Búsqueda' que gostaria de "financiar um documentário sobre Mario".
A Fundação Mario Benedetti "nada tem a ver com o leilão", comentou Ariel Silva, gerente da Fundação e ex-secretário pessoal do escritor, declinando comentar a iniciativa.
Raúl Benedetti faleceu em 3 de setembro passado e os organizadores do leilão decidiram seguir adiante, obedecendo a sua vontade.
"A intenção é fazer chegar o conteúdo das cartas a um cineasta ou a um outro escritor, interessado em conhecer a vida íntima de Mario Benedetti, além de sua obra, sua forma de ser, sua personalidade, suas opiniões", informou Daniela Boquete.
Ela também informou ter recebido telefonemas de Espanha, México e Estados Unidos, com uma oferta de mais de 70.000 dólares pelo lote.
Benedetti é um dos maiores expoentes da literatura uruguaia, integrante da denominada "Generación del 45", Geração de 45.
Na quarta-feira, a Fundação realizará, por sua vez, a entrega do primeiro Prêmio Internacional de Direitos Humanos Mario Benedetti, e um outro, ao melhor ensaio sobre a obra do escritor.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.