Centro de Goya, a 'Pequena Paris' argentina, será tombado
BUENOS AIRES, 13 Set 2011 (AFP) -O centro histórico da cidade argentina de Goya (nordeste), apelidado de "a pequena Paris" por causa da arquitetura de suas construções do século XIX, será tombado e se tornará área protegida, segundo relatório do Conselho Nacional de Monumentos (CNM) obtido pela AFP nesta terça-feira.
A maior autoridade em matéria de patrimônio histórico na Argentina pediu à cidade de Goya que "modifique as regras de urbanismo em vigor para ficar em conformidade com a declaração que estabelece o tombamento histórico", de acordo com um relatório da arquiteta Laura Weber, conselheira do CNM.
Um escândalo ligado ao patrimônio de Goya eclodiu em dezembro quando o teatro Solari, um monumento histórico de propriedade particular, foi colocado à venda. Os argentinos descobriram neste momento o estado deplorável em que o teatro, o mais antigo do país, encontrava-se.
O CNM ordenou a demolição dos locais comerciais que desfiguravam sua fachada e sua posterior restauração. O governador da província de Corrientes, Ricardo Colombi, reuniu-se com o proprietário e parecia que o teatro seria reformado.
Nove meses depois, nada foi feito e a situação se agravou no centro histórico: uma casa antiga de frente para o teatro foi posta a baixo; em seu lugar construíram um prédio "que rompe com a linha arquitetônica das casas e de toda a cidade", segundo o documento do CNM, que decidiu proteger todo o centro histórico.
"O valor patrimonial do centro de Goya merece ser preservado", declarou à AFP Teresa Anchorena, membro do CNM e autora do projeto de declaração que torna Goya um "lugar histórico".
O Solari, inaugurado em 1877, foi o primeiro teatro construído e era conhecido por suas apresentações luxuosas que valeu a essa cidade de aproximadamente 80.000 habitantes a comparação com a Cidade Luz. O célebre teatro Colon de Buenos Aires data de 1908.
Antes muito rica, Goya se tornou uma das cidades mais pobres do país. "É uma situação inesperada por Goya", declarou o pintor Rodolfo Insaurralde, membro da ONG Projet Goya de defesa ao patrimônio da cidade. "Esta declaração abre o caminho do turismo cultural", acrescentou.
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