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Filho de Murdoch é acusado de saber das escutas desde 2008

06/09/2011 20h03

LONDRES, 6 Set 2011 (AFP) -James Murdoch, filho do magnata da imprensa Rupert Murdoch, conhecia desde 2008 a existência de um e-mail que demonstrava que as escutas do agora extinto News of the World estavam mais disseminadas do que afirmava a companhia, declarou nesta terça-feira um de seus subordinados.

Tom Crone, ex-diretor de assuntos jurídicos do News International, a subsidiária britânica do News Corp., assegurou diante da comissão de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns ter informado o presidente da companhia sobre esse e-mail durante uma reunião em 2008, enquanto falavam de uma ação judicial contra o jornal por supostas escutas.

"Era uma prova clara de que as escutas estavam sendo praticadas para além de Clive Goodman", afirmou Crone, referindo-se ao ex-jornalista da publicação, condenado em 2007 a quatro anos de prisão após uma primeira investigação sobre o escândalo.

Essa declaração aumenta a pressão sobre James Murdoch, que durante um longo depoimento na mesma comissão parlamentar em meados de julho negou estar a par da existência dessa mensagem.

Crone e outra testemunha, o redator Colin Myler, disseram o contrário nesta terça-feira no painel que os convocou novamente para esclarecer versões "contraditórias". Foi deixada aberta a possibilidade de chamar novamente James Mudoch.

O presidente do News International defendeu, no entanto, sua primeira declaração. "Mantenho meu depoimento, que é um relato fiel dos fatos", insistiu em um comunicado divulgado nesta terça-feira por sua empresa.

James, considerado até há pouco tempo o sucessor mais provável de seu pai à frente da News Corp, dirige todas as atividades do grupo familiar na Europa e Ásia, e preside também a plataforma televisiva britânica BSKyB.

A News International encontra-se no olho do furacão pelas acusações de que grampeou celulares de até 4.000 pessoas desde 2000, incluindo o de uma jovem assassinada, o que provocou em julho o fechamento do News of the World, o tablóide mais vendido do Reino Unido.