A arte como valor de refúgio em tempos de crise: uma opção que incorre em riscos
PARIS, França, 29 Ago 2011 (AFP) -Pode-se recorrer à arte como valor de refúgio, nestes tempos de vacas magras? É preciso calma e ter em mente que estes bens não podem ser vendidos de um dia para o outro, destacam os atores do mercado de arte, ouvidos pela AFP.
Num momento em que as Bolsas europeias conhecem uma forte queda, desde o início de julho, Fabien Bouglé, consultor especializado na administração do patrimônio artístico, considera que a arte "pode ser vista dessa forma, como bem material. Mas isso não quer dizer que uma obra de arte não perca também o valor", observou.
No entanto, desde a tempestade financeira de 2008, "as obras de arte de grande qualidade e de origem excepcional são muito procuradas e não conhecem a crise", destaca o presidente da Casa de Leilões Sotheby's France, Guillaume Cerutti, citando os recordes atingidos, em 2010, por telas de Giacometti, Modigliani e Picasso.
"Neste sentido, as obras-primas podem ser consideradas valores de refúgio uma vez que transcendem a situação econômica", estima Cerutti.
Em sua opinião, a arte contemporânea recente é mais sensível às crises. Artistas como o americano Jeff Koons ou o britânico Damien Hirst, cujas telas chegaram a milhões, sofreram com a precedente borrasca financeira.
A arte antiga e a moderna têm um bom desempenho, desde que sua qualidade e proveniência sejam impecáveis.
Para investir sem riscos em arte, é melhor ter os meios. Segundo Thierry Ehrmann, as obras de arte compradas por mais de 50.000 euros - e mais ainda, por mais de 100.000 euros - não sofrem com as crises. Em troca, as de menos de 5.000 euros podem sofrer depreciações.
A temporada dos leilões nem bem começou e os atores do mercado se mostram "razoavelmente otimistas", segundo a fórmula de Cerutti.
Para o economista Philippe Chalmin, o mercado francês é apoiado pelos colecionadores chinês e russos.
No entanto, Chalmin prefere evitar a expressão "valor de refúgio" para as obras de arte, na medida em que elas não possuem, por exemplo, a mesma liquidez que o ouro, que ultrapassou em Hong Kong o patamar recorde de 1.900 dólares a onça, antes de recuar um pouco.
"Não se pode vender com rapidez uma obra de arte. É preciso, pelo menos, seis meses entre a decisão de se separar de um quadro e sua colocação à venda em leilão", segundo Fabien Bouglé. Em seguida, "a obra deve ser mantida à parte durante um certo tempo, porque os colecionadores adoram novidade. "Deve mesmo ser esquecida por um período, para depois ser, de uma certa forma, reencontrada".
Num momento em que as Bolsas europeias conhecem uma forte queda, desde o início de julho, Fabien Bouglé, consultor especializado na administração do patrimônio artístico, considera que a arte "pode ser vista dessa forma, como bem material. Mas isso não quer dizer que uma obra de arte não perca também o valor", observou.
No entanto, desde a tempestade financeira de 2008, "as obras de arte de grande qualidade e de origem excepcional são muito procuradas e não conhecem a crise", destaca o presidente da Casa de Leilões Sotheby's France, Guillaume Cerutti, citando os recordes atingidos, em 2010, por telas de Giacometti, Modigliani e Picasso.
"Neste sentido, as obras-primas podem ser consideradas valores de refúgio uma vez que transcendem a situação econômica", estima Cerutti.
Em sua opinião, a arte contemporânea recente é mais sensível às crises. Artistas como o americano Jeff Koons ou o britânico Damien Hirst, cujas telas chegaram a milhões, sofreram com a precedente borrasca financeira.
A arte antiga e a moderna têm um bom desempenho, desde que sua qualidade e proveniência sejam impecáveis.
Para investir sem riscos em arte, é melhor ter os meios. Segundo Thierry Ehrmann, as obras de arte compradas por mais de 50.000 euros - e mais ainda, por mais de 100.000 euros - não sofrem com as crises. Em troca, as de menos de 5.000 euros podem sofrer depreciações.
A temporada dos leilões nem bem começou e os atores do mercado se mostram "razoavelmente otimistas", segundo a fórmula de Cerutti.
Para o economista Philippe Chalmin, o mercado francês é apoiado pelos colecionadores chinês e russos.
No entanto, Chalmin prefere evitar a expressão "valor de refúgio" para as obras de arte, na medida em que elas não possuem, por exemplo, a mesma liquidez que o ouro, que ultrapassou em Hong Kong o patamar recorde de 1.900 dólares a onça, antes de recuar um pouco.
"Não se pode vender com rapidez uma obra de arte. É preciso, pelo menos, seis meses entre a decisão de se separar de um quadro e sua colocação à venda em leilão", segundo Fabien Bouglé. Em seguida, "a obra deve ser mantida à parte durante um certo tempo, porque os colecionadores adoram novidade. "Deve mesmo ser esquecida por um período, para depois ser, de uma certa forma, reencontrada".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.