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Os célebres banhos públicos a caminho da renovação

22/08/2011 16h27

BUDAPESTe, Hungria, 21 Ago 2011 (AFP) -Ameaçados de ruína, os célebres banhos públicos de Budapeste, um regalo para o viajante, têm em vista um caro programa de renovação, mesmo se turistas e moradores mostrem-se insensíveis às deteriorações maiores apresentadas por essas atrações da "capital mundial das águas termais".

Desde 1950, nenhuma reforma foi realizada nos banhos de Kiraly, um dos maiores e mais antigos da cidade, construídos em 1565. A argamassa desmorona, a tubulação enferruja, num calor úmido. Os pequenos postigos, em torno do domo otomano, e que deixam entrar os raios de luz, transmitindo uma atmosfera de magia ao local, estão carcomidos pelo mofo.

"É uma arquitetura realmente bela e autêntica", maravilha-se uma estudante suíça mergulhada na piscina de 40 graus.

"As termas precisam de trabalhos de reforma", contrapõe o arquiteto Laszlo Miko, encarregado das obras.

Outros estabelecimentos famosos, provenientes do período otomano, como as termas de Racz, Lukacs e Rudas e os banhos públicos onde está presente a 'Art nouveau' como Gellert ou Szechenyi, estão ou já passaram por trabalhos de renovação.

Apesar da paralisação dos financiamentos públicos para as fontes há cinco anos, a cidade de Budapeste votou, em 2010, uma ajuda de 710 milhões de forints (2,5 milhões deeuros) para a administração dos célebres banhos e sua restauração.

Esta soma, no entanto, está longe de ser suficiente: a cidade conta com uma centena de fontes e cerca de 50 'spas' por onde correm, diariamente, 70 milhões de litros de água termal.

Nos banhos públicos de Rudas, erguidos também pelos turcos, em 1571-1572, a fachada perdeu o viço, mas o interior voltou a recuperar a beleza graças às reformas avaliadas em 1,8 milhão de euros, com 80% financiados pela União Europeia, segundo Gyorgy Kozak, diretor de desenvolvimento da empresa municipal de exploração das termas (BGYH).

A BGYH conta apelar para a generosidade de Bruxelas para renovar os 13 banhos e piscinas que administra.

A renovação dessas instalações termais, cujo charme incomum atrai mais e mais turistas seduzidos pelo perfume retrô da antiga capital comunista, deve permitir torná-las mais rentáveis.

"Se houver alojamentos mais complexos, os "clientes poderiam ficar aí várias semanas para tratamentos médicos, inclusive, em vez de fazer uma simples visita durante um final de semana", afirma Szilvia Czinege, da chefia de marketing da BGYH.

O exemplo a ser seguido é o do hotel Gellert, uma joia arquitetural do início do século XX, que possui um dos quatro banhos da cidade que proporcionam lucros.