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Paris: o palácio do Eliseu se transforma num canteiro de obras, em pleno verão

04/08/2011 19h34

PARIS, França, 4 Ago 2011 (AFP) -Os carros de luxo dão lugar a caminhonetes de onde saem dezenas de operários que se misturam, numa incessante nuvem de poeira: o palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, está passando, neste mês de agosto, por importantes trabalhos de reforma depois de mais de meio século.

Pátio, fachada principal, assoalho, rede elétrica... em 300 anos de existência, o célebre palácio do VIII 'arrondissement', circunscrição administrativa de Paris, construído por Armand-Claude Mollet para o Conde d'Evreux e residência de presidentes da República desde o século XIX, nunca conheceu tamanha agitação.

"São os maiores trabalhos (...) desde 1947, quando a IV República (com o presidente Vincent Auriol) veio se instalar aqui", observa Michel Goutal, arquiteto responsável pelos monumentos históricos franceses.

"Tínhamos um grande problema pela frente: o presidente recebe quase todos os dias", comenta o chefe de gabinete de Nicolas Sarkozy, Christian Frémont.

Por causa disto, decidimos realizar a obra durante as férias de Nicolas Sarkozy, que partiu no começo da semana para ficar junto da esposa, Carla Bruni, na residência da família no Mediterrâneo.

Vamos trabalhar muito durante três semanas para que o Conselho de Ministros consiga se reunir já no dia 24 de agosto, no Salão Murat.

Após algumas obras em 2009 e 2010, o essencial da reforma do antigo "Hotel de Bourbon" - nome que recebeu em 1787, após sua venda por Louis XVI à sua prima, a duquesa de Bourbon- ainda estava pendente.

"É uma das construções mais cheias de história da França, mas em mau estado", comenta o arquiteto.

A reforma vai custar 24 milhões de euros, com 15,6 milhões a serem liberados até o final do ano pelo Ministério da Cultura, uma vez que se trata de monumento tombado.

Para que tudo esteja pronto a tempo e a hora, 300 a 400 operários - a maior parte com especialização em arte - estão mobilizados diariamente, de 06H00 às 22H00.

"Estamos fazendo um bom trabalho", comenta Christophe Bénard, marceneiro com formação em monumentos históricos, acariciando o novo assoalho do Salão dos Embaixadores.

O Eliseu estaria passando por um tratamento de beleza a menos de um ano da eleição presidencial, em abril e maio próximos ? Christian Frémont se encarrega de responder a questão. "Não há nenhum significado político. O 'lifting' era necessário, só isso", jura.