O Versalhes da Itália: um exemplo de museu moderno e rentável
Roma, 27 Jul 2011 (AFP) -A suntuosa residência de caça da família real italiana, construída entre o século XVII e XIX pela Casa de Savóia, como emblema de poder, a poucos quilômetros de Turim, norte da Itália, é exemplo de museu moderno e interativo, graças a suas exposições, jardins minimalistas, hortos biológicos e uma administração rentável.
"Hoje em dia podemos dizer com orgulho que funciona. É um modelo exportável. Conseguimos o equilíbrio económico", comenta para jornalistas Alberto Vanelli, diretor do "La Venaria Reale", o imenso palácio que rivalizou em sua época com Versalhes de Paris, por suas amplas salas, galerias e festas mundanas.
O grande prédio monumental, residência dos Savóia até 1815, de 80.000 metros quadrados, conta com uma capela em estilo barroco e uma estrebaria de 5.000 metros. Chegou a ser abandonado por meio século e destruído durante a Segunda Guerra Mundial, quando abrigou um batalhão do exército italiano.
"Era um lugar horrível", conta o jornalista Maurizio Matteuzzi, que não se esquece das noites frias, com temperaturas abaixo de zero, quando prestava serviço militar no local, nos anos 70.
Declarado em 1997 Patrimônio da Humanidade pela Unesco, foi completamente recuperado e reformado em oito anos, com contribuições da União Europeia (200 milhões de euros) e da região do Piemonte, sendo entregue restaurado em 2007.
"Nosso desafio, agora, é em nível internacional", confessa Vanelli, que em 30 anos de experiência como assessor de cultura do Piemonte e militante político de esquerda, impulsiona um "novo código" para a administração de bens culturais, com a entrada de capital privado.
"A chave é a transparência, combinada com capacidade empresarial", sustenta Vanelli, que conseguiu fazer do La Venaria, o quinto monumento mais frequentado da Itália, com 900.000 visitantes, em média, ao ano e um incomum equilíbrio econômico.
"Manter La Venaria custa 14 milhões de euros, a metade provém de recursos privados, a outra metade é produzida por nós: sete milhões de euros, provenientes da venda de entradas e serviços ao público", resume, ao explicar a efervescência de ideias e propostas.
"Apostamos no contemporâneo. Somos a corte do século XXI", afirma Vanelli, que abriu espaços para concertos, apresentação de peças teatrais, exposições, concursos gastronômicos, banquetes, casamentos, desfiles de moda, uma escola de restauração para 200 alunos, além de um horto que, em breve, comercializará frutas e verduras biológicas.
Símbolo dessa nova mentalidade, menos conservadora, é o Jardim das Esculturas Fluidas, idealizado pelo artista plástico italiano Giuseppe Penone.
O jardim do criador, que faz parte do movimento de "arte povera" - um movimento contestatário, que floresceu a partir de 1968 - é um espaço não convencional, localizado numa zona de 5 hectares, que utiliza água, mármores, árvores, pedaços de bronze e pedras como esculturas, numa espécie de instalação com vida própria, convidando ao silêncio e à meditação.
"Todos querem vir ver este jardim", conta Maurizio Reggi, arquiteto encarregado da conservação de todos os jardins, inclusive os históricos, "a la italiana", com seus imensos canais, perspectivas, labirintos geométricos de arbustos e atalhos com perfume de lavanda, rosmarinho e sálvia.
Sede dos festejos solenes pelos 150 anos de unificação da Itália, La Venaria organizou este ano uma importante exposição com mais de 350 obras-primas de renomados artistas (Donatello, Giotto, Tiziano e Caravaggio), uma verdadeira viagem, da antiguidade à criação da Itália, em 1861.
Também aberto a personalidades e estrelas, como Madonna, essa joia do barroco italiano prepara uma grande mostra dedicada a um dos maiores gênios da história: Leonardo da Vinci.
"Hoje em dia podemos dizer com orgulho que funciona. É um modelo exportável. Conseguimos o equilíbrio económico", comenta para jornalistas Alberto Vanelli, diretor do "La Venaria Reale", o imenso palácio que rivalizou em sua época com Versalhes de Paris, por suas amplas salas, galerias e festas mundanas.
O grande prédio monumental, residência dos Savóia até 1815, de 80.000 metros quadrados, conta com uma capela em estilo barroco e uma estrebaria de 5.000 metros. Chegou a ser abandonado por meio século e destruído durante a Segunda Guerra Mundial, quando abrigou um batalhão do exército italiano.
"Era um lugar horrível", conta o jornalista Maurizio Matteuzzi, que não se esquece das noites frias, com temperaturas abaixo de zero, quando prestava serviço militar no local, nos anos 70.
Declarado em 1997 Patrimônio da Humanidade pela Unesco, foi completamente recuperado e reformado em oito anos, com contribuições da União Europeia (200 milhões de euros) e da região do Piemonte, sendo entregue restaurado em 2007.
"Nosso desafio, agora, é em nível internacional", confessa Vanelli, que em 30 anos de experiência como assessor de cultura do Piemonte e militante político de esquerda, impulsiona um "novo código" para a administração de bens culturais, com a entrada de capital privado.
"A chave é a transparência, combinada com capacidade empresarial", sustenta Vanelli, que conseguiu fazer do La Venaria, o quinto monumento mais frequentado da Itália, com 900.000 visitantes, em média, ao ano e um incomum equilíbrio econômico.
"Manter La Venaria custa 14 milhões de euros, a metade provém de recursos privados, a outra metade é produzida por nós: sete milhões de euros, provenientes da venda de entradas e serviços ao público", resume, ao explicar a efervescência de ideias e propostas.
"Apostamos no contemporâneo. Somos a corte do século XXI", afirma Vanelli, que abriu espaços para concertos, apresentação de peças teatrais, exposições, concursos gastronômicos, banquetes, casamentos, desfiles de moda, uma escola de restauração para 200 alunos, além de um horto que, em breve, comercializará frutas e verduras biológicas.
Símbolo dessa nova mentalidade, menos conservadora, é o Jardim das Esculturas Fluidas, idealizado pelo artista plástico italiano Giuseppe Penone.
O jardim do criador, que faz parte do movimento de "arte povera" - um movimento contestatário, que floresceu a partir de 1968 - é um espaço não convencional, localizado numa zona de 5 hectares, que utiliza água, mármores, árvores, pedaços de bronze e pedras como esculturas, numa espécie de instalação com vida própria, convidando ao silêncio e à meditação.
"Todos querem vir ver este jardim", conta Maurizio Reggi, arquiteto encarregado da conservação de todos os jardins, inclusive os históricos, "a la italiana", com seus imensos canais, perspectivas, labirintos geométricos de arbustos e atalhos com perfume de lavanda, rosmarinho e sálvia.
Sede dos festejos solenes pelos 150 anos de unificação da Itália, La Venaria organizou este ano uma importante exposição com mais de 350 obras-primas de renomados artistas (Donatello, Giotto, Tiziano e Caravaggio), uma verdadeira viagem, da antiguidade à criação da Itália, em 1861.
Também aberto a personalidades e estrelas, como Madonna, essa joia do barroco italiano prepara uma grande mostra dedicada a um dos maiores gênios da história: Leonardo da Vinci.
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