A roupa vira uma nova arma na luta contra a poluição
LONDRES, 15 Jul 2011 (AFP) -A roupa que usamos poderá tornar-se, num futuro próximo, arma para lutar contra a poluição nas grandes cidades, graças a uma tecnologia inovadora, que absorve as partículas nocivas e purifica o ar.
Pode parecer ficção, mas já existe um protótipo, um sofisticado vestido para a noite impregnado com um catalizador, fruto de uma colaboração incomum entre a moda e a química, apresentado nos últimos dias em Londres.
O elegante modelo incorpora a mesma tecnologia dos vidros autolaváveis, isto é, uma camada formada por nanopartículas de dióxido de titânio - um composto químico altamente reativo que, na presença da luz solar e do oxigênio, gera moléculas de radicais livres.
No vestido, estes radicais livres reagem com os óxidos de nitrogênio (liberados no ar pelos veículos motorizados) e os transformam em nitratos" inócuos, explicou à AFP um dos artífices do projeto, Tony Ryan, professor de química da Universidade de Sheffield (norte).
Se ficar algum contaminante aderido à peça, basta colocá-la na máquina de lavar, como se faz com a roupa normal, dizem os promotores.
Apesar dos temores entre alguns especialistas sobre o crescente uso de nanopartículas, os incentivadores disso sustentam que a reação seria inofensiva para a pessoa que usasse a roupa, além do benefício de um ar mais puro a seu redor.
"Cada pessoa criaria uma pequena nuvem de ar limpo ao se deslocar", acrescentou Ryan, que trabalha em colaboração com a artista e estilista Helen Storey, professora do London College of Fashion.
Ambos consideram que se um milhão dos oito milhões de londrinos usasse todo o tempo uma roupa desse tipo, seria reduzida em "pelo menos 5%, ou até 10%", a quantidade de óxidos de nitrogênio.
Estes gases invisíveis são gerados pelos veículos motorizados, e em especial pelo diesel; as autoridades municipais estimam que contribuam anualmente para a morte prematura de 4.300 pessoas na capital britânica.
"A poluição relacionada ao tráfego continua sendo um dos problemas mais prementes das zonas urbanas", disse Frank Kelly, catedrático de Saúde Meio Ambiental do King's College de Londres. "É um problema para o qual não temos solução técnica", acrescentou.
A roupa catalítica poderia fazer parte do remédio, mas a dificuldade para os criadores do conceito é convencer as pessoas a usarem.
Para isso, acabam de lançar uma campanha nas redes sociais Facebook e Twitter, acompanhada de um vídeo protagonizado pela modelo Erin O'Connor e com música do grupo Radiohead, para que os internautas contribuam a dar forma ao experimento.
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