Escândalo envolvendo o News of the World causa consternação no Reino Unido
LONDRES, 7 Jul 2011 (AFP) -As últimas revelações no escândalo das escutas telefônicas do tablóide News of the World, suspeito desta vez de ter grampeado os telefones de parentes de soldados mortos no Iraque e no Afeganistão, aumentou a indignação geral nesta quinta-feira no Reino Unido e constrangeu o governo.
Várias famílias de militares mortos em ação manifestaram a sua indignação após terem lido o Daily Telegraph, que assegura que seus telefones podem ter sido grampeados por um detetive particular a serviço do jornal sensacionalista. Seus números teriam sido encontrados nesses registros.
"Se isso for verdade, é repugnante", declarou à BBC Rose Gentle, mãe de um soldado morto no Iraque, ressaltando a "ira" das famílias. "É um novo pesadelo. É como se batessem a sua porta para te anunciar mais uma notícia ruim".
"É uma provação muito dolorosa", lamentou Jim Gill, sogro de um outro soldado morto na frente iraquiana.
O ex-chefe do Estado-Maior, Richard Dannatt, declarou-se "atordoado", enquanto o ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão Richard Kemp ficou "mudo de raiva".
Já o líder da oposição trabalhista, Ed Milliband, se disse "aborrecido".
"Nossas Forças Armadas e suas famílias merecem o respeito e o apoio da Nação", disse o ministro da Defesa, Liam Fox.
O News International, que reúne os jornais britânicos do grupo Murdoch, assegurou "que ficará chocada" se "essas informações forem verdadeiras," e pediu seu "compromisso inabalável" com as Forças Armadas. A Legião Real britânica, uma prestigiosa associação de auxílio aos veteranos, pôs fim imediatamente a sua colaboração com o tablóide que publicava suas campanhas.
Este caso de escutas, que envenena a vida política no Reino Unido há meses, apresentou uma série de revelações espetaculares nos últimos dias, a ponto de se tornar um grande escândalo nacional.
O News of The World (NOTW), um diário dominical com tiragem de 2,8 milhões de exemplares, já estava na berlinda devido a centenas, e até milhares de escutas de personalidades realizadas nos anos 2000. O caso gerou várias detenções e a demissão em janeiro de Andy Coulson, ex-redator-chefe do NOTW, de seu posto de diretor de Comunicação do primeiro-ministro David Cameron.
Mas a tempestade aumentou nos últimos dias quando o jornal foi acusado de ter feito escutas em famílias de jovens mulheres assassinadas e em parentes de vítimas do atentado de Londres em 2005.
Esses novos escândalos são prejudiciais para o chefe de governo. Considerado um aliado de Rupert Murdoch, ele se preparava para autorizar definitivamente a aquisição da totalidade da rede via satélite BSkyB pelo grupo do magnata.
"Cameron está na lama por causa de seus amigos do News International", indicava nesta quinta-feira o Daily Telegraph, membro da poderosa coalizão de jornais anti-Murdoch.
Já exposto à ira da imprensa que considera que o pluralismo da imprensa está ameaçado, o primeiro-ministro enfrenta também uma forte pressão política para suspender o caso devido aos excessos do tablóide.
O tema foi debatido com urgência na quarta-feira pela Assembleia e nesta quinta na Câmara dos Lordes.
O próprio NOTW começa a pagar caro pelo escândalo: a lista de empresas que decidiram retirar propagandas de suas páginas aumenta a cada dia, e os deputados pediram nesta quinta-feira que o governo faça o mesmo.
Várias famílias de militares mortos em ação manifestaram a sua indignação após terem lido o Daily Telegraph, que assegura que seus telefones podem ter sido grampeados por um detetive particular a serviço do jornal sensacionalista. Seus números teriam sido encontrados nesses registros.
"Se isso for verdade, é repugnante", declarou à BBC Rose Gentle, mãe de um soldado morto no Iraque, ressaltando a "ira" das famílias. "É um novo pesadelo. É como se batessem a sua porta para te anunciar mais uma notícia ruim".
"É uma provação muito dolorosa", lamentou Jim Gill, sogro de um outro soldado morto na frente iraquiana.
O ex-chefe do Estado-Maior, Richard Dannatt, declarou-se "atordoado", enquanto o ex-comandante das forças britânicas no Afeganistão Richard Kemp ficou "mudo de raiva".
Já o líder da oposição trabalhista, Ed Milliband, se disse "aborrecido".
"Nossas Forças Armadas e suas famílias merecem o respeito e o apoio da Nação", disse o ministro da Defesa, Liam Fox.
O News International, que reúne os jornais britânicos do grupo Murdoch, assegurou "que ficará chocada" se "essas informações forem verdadeiras," e pediu seu "compromisso inabalável" com as Forças Armadas. A Legião Real britânica, uma prestigiosa associação de auxílio aos veteranos, pôs fim imediatamente a sua colaboração com o tablóide que publicava suas campanhas.
Este caso de escutas, que envenena a vida política no Reino Unido há meses, apresentou uma série de revelações espetaculares nos últimos dias, a ponto de se tornar um grande escândalo nacional.
O News of The World (NOTW), um diário dominical com tiragem de 2,8 milhões de exemplares, já estava na berlinda devido a centenas, e até milhares de escutas de personalidades realizadas nos anos 2000. O caso gerou várias detenções e a demissão em janeiro de Andy Coulson, ex-redator-chefe do NOTW, de seu posto de diretor de Comunicação do primeiro-ministro David Cameron.
Mas a tempestade aumentou nos últimos dias quando o jornal foi acusado de ter feito escutas em famílias de jovens mulheres assassinadas e em parentes de vítimas do atentado de Londres em 2005.
Esses novos escândalos são prejudiciais para o chefe de governo. Considerado um aliado de Rupert Murdoch, ele se preparava para autorizar definitivamente a aquisição da totalidade da rede via satélite BSkyB pelo grupo do magnata.
"Cameron está na lama por causa de seus amigos do News International", indicava nesta quinta-feira o Daily Telegraph, membro da poderosa coalizão de jornais anti-Murdoch.
Já exposto à ira da imprensa que considera que o pluralismo da imprensa está ameaçado, o primeiro-ministro enfrenta também uma forte pressão política para suspender o caso devido aos excessos do tablóide.
O tema foi debatido com urgência na quarta-feira pela Assembleia e nesta quinta na Câmara dos Lordes.
O próprio NOTW começa a pagar caro pelo escândalo: a lista de empresas que decidiram retirar propagandas de suas páginas aumenta a cada dia, e os deputados pediram nesta quinta-feira que o governo faça o mesmo.
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