AI pede proteção para a jornalista mexicana Lydia Cacho
México, 5 Jul 2011 (AFP) -A Anistia Internacional (AI) pediu, nesta terça-feira, ao governo mexicano que garanta a segurança da jornalista Lydia Cacho, devido às ameaças de morte recebidas por ela, no México e na Espanha.
A mexicana foi ameaçada duas vezes a meados de junho. A primeira delas, num e-mail enviado à Fundação Lydia Cacho em Madri, que apoia vítimas da corrupção, e a segunda, através de um telefonema, no México.
As duas mensagens a advertiam para "manter a boca fechada, para não ser morta", anunciou a AI em comunicado, no qual pede à população que exija do governo mexicano proteção urgente para ela.
"Teme-se seriamente por sua segurança", alertou a AI, acrescentando que já foram apresentadas denúncias no México e na Espanha.
A AI também recorda o grave clima de insegurança em que trabalham os jornalistas no México, considerado o país da América mais perigoso para a imprensa, com pelo menos 70 profissionais assassinados desde 2000.
Cacho, de 48 anos e também fundadora de um abrigo para mulheres ameaçadas em Cancún (leste do México), foi detida irregularmente, permanecendo presa durante 24 horas, em dezembro de 2006, em represália a seu livro 'Los demonios del Edén'. Nele, denunciou uma rede de pornografia infantil no famoso balneário, com a participação de empresários, que contariam com a proteção de políticos.
A repórter, ganhadora - entre outros - do Prêmio Mundial UNESCO-Guillermo Cano da Liberdade de Imprensa, foi vítima, desde então, de múltiplas ameaças.