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Cannes premia Terrence Malick e a nova geração do cinema mundial

22/05/2011 18h32

CANNES, França, 22 Mai 2011 (AFP) -O enigmático diretor americano Terrence Malick conquistou neste domingo a Palma de Ouro do 64º Festival de Cannes por "A Árvore da Vida", filme produzido e interpretado por Brad Pitt.

Entre os outros longas premiados está "Polisse", da francesa Ma¯wenn, de 35 anos, que foi a diretora mais nova a apresentar seu filme na seleção oficial.

"Estamos de acordo para afirmar que este foi 'O' filme que tinha a grandeza, a amplitude, as intenções e o impacto que convém para o que pode se esperar de uma Palma de Ouro", explicou Robert De Niro, presidente do júri do festival.

Um dos momentos mais emocionantes foi a entrega do prêmio do júri para a francesa Ma¯wenn, pelo seu longa "Polisse", que trata dos maus tratos contra crianças e do qual foi roteirista, diretora e atriz. Deslumbrante no seu vestido vermelho, ela correu para o palco, apertou a mão de cada jurado, e confessou, à beira das lágrimas: "minha filha me disse: mãe, aposto que você não vai conseguir buscar o seu prêmio sem chorar".

A americana Kirsten Dunst, de 29 anos, levou o prêmio de melhor atriz, no seu papel de noiva depressiva no filme "Melancholia", obra que foi bem recebida pelos críticos apesar de seu diretor, Lars Von Trier, ter sido considerado "persona non grata" no festival ao causar um escândalo com suas declarações polêmicas sobre Hitler.

O prêmio de melhor ator foi para Jean Dujardin, de 38 anos, brilhante no seu papel de uma estrela de cinema decadente em "The Artist" de Michel Hazanavicius, filme mudo em preto e branco. Muito entusiasmado, o francês ajoelhou-se diante do Robert de Niro e declarou na sua saída do palco: "acho que vou ficar calado... Foi assim que me dei bem!"

O presidente do júri, que foi aplaudido de pé pela platéia do Palácio dos Festivais no início da cerimônia, também arrancou gargalhadas ao tentar falar num francês aproximativo, chamando de "champignons" (cogumelos) seus companheiros (em francês, "compagnons") do júri.

Entre eles, estavam os atores Jude Law, Uma Thurmann e o diretor Olivier Assayas, que assistiram aos 20 filmes da seleção oficial. Além de Ma¯wenn, esses jurados premiaram dois outros jovens diretores. O dinamarquês Nicolas Winding Refn, de 40 anos, levou o prêmio de melhor diretor pelo filme "Drive". Já o Israelense Joseph Cedar, de 42 anos, foi premiado pelo roteiro de "Footnote".

Para o Grande Prêmio, o júri não quis se contentar com apenas um filme: "Uma vez na Anatólia", do turco Nuri Bilge Ceylan e "O garoto da bicicleta" de Luc e Jean-Pierre Dardenne foram coroados. Os irmãoes belgas, que já venceram duas vezes a Palma de Ouro e já tiveram cinco filmes na seleção oficial, foram premiados em todas as edições em que participaram.

Quem voltou de Cannes sem nada foi o espanhol Pedro Almodovar, que não convenceu com o thriller "A pele que habito".

Outros filmes não foram premiados apesar de ter causado ótima impressão durante o festival. Entre eles, "Le Havre", drama social do finlandês Aki Kaurism€ki, que narra a história de um imigrante africano, e "This must be the Place" do italiano Paolo Sorrentino, que contou com uma grande atuação de Sean Penn.

A atriz francesa Mélanie Laurent, mestre de cerimônia da noite, homenageou os diretores iranianos Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof, "ausentes pela vontade do seu governo".