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Filme francês mostra combate a crimes contra crianças em Cannes

13/05/2011 11h55

CANNES, França, 13 Mai 2011 (AFP) -A pedofilia, os maus-tratos às crianças, o abuso de menores: "Polisse", da diretora francesa Maiwenn, que disputa a Palma de Ouro de Cannes, é um olhar sobre o trabalho cotidiano da Brigada de Proteção de Menores (BPM) da polícia de Paris.

O filme da atriz e cineasta de 35 anos atinge com força o espectador, que se vê no obscuro mundo da BPM e no dia a dia de seus policiais.

O primeiro dos quatro filmes franceses na disputa pela Palma de Ouro, o terceiro da carreira da diretora - Maiween Le Besco, conhecida apenas pelo primeiro nome -, é uma viagem ao lado mais pesado da miséria humana, porque suas vítimas são criaturas indefesas.

Na entrevista coletiva, a cineasta, que lutou por muito tempo para receber a autorização para passar um tempo com a BPM, disse que testemunhou ou ouviu de policiais tudo o que é retratado no filme.

A ideia do filme, que impressionou os jornalistas e críticos, surgiu ao assitir um documentário sobre a brigada na televisão francesa.

"Me encantou a paixão destes policiais pelo trabalho. Compreendi rapidamente que cada um deles tinha boas razões pessoais para estar ali", disse.

Interpretado por atores profissionais - Karine Viard, Joey Starr, Marina Fo¯s, Nicolas Duvauchelle, Sandrine Kiberlaine - com exceção de um menino francês que comoveu a sala com suas lágrimas, o filme tem um ritmo trepidante e a intensidade de um documentário.

O filme também é um reflexo da sociedade contemporânea francesa, mostrando famílias africanas em condições precárias, acampamentos de ciganos e tráfico.

Maiwenn disse ter ficado muito impressionada com a "banalização da sexualidade entre os adolescentes, dispostos a tudo por um telefone celular ou um aparelho de MP3".

Algumas cenas mais impactantes são as de pedófilos que tentam minimizar a importância de seus desvios sexuais, o que provoca a revolta dos policiais.

"Em temas assim é necessário ser preciso, realista e fiel, sobretudo na maneira de mostrar os interrogatórios", declarou a atriz Emmanuelle Bercot, uma das roteiristas do filme.