Jornalista do 'Estadão' é libertado na Líbia
LONDRES, 10 Mar 2011 (AFP) -O jornalista Andrei Netto foi libertado nesta quinta-feira depois de oito dias detido em uma prisão líbia, informou o jornal O Estado de S. Paulo, para o qual o repórter trabalha.
"O repórter Andrei Netto, enviado especial do 'Estado' na Líbia, foi libertado nesta quinta-feira", informou o jornal em seu site.
Netto, 34 anos, "ficou preso durante oito dias na cidade de Sabratha, a 60 km da capital, depois de ter sido capturado pelas tropas leais" ao líder líbio Muamar Kadhafi, afirmou o jornal.
A publicação também divulgou que o jornalista, correspondente em Paris e enviado especial à Líbia, está "bem de saúde" e se encontra agora na casa do embaixador, George Ney Fernandes, em Trípoli e prevê sair do país na sexta-feira.
A presidente Dilma Rousseff tinha pedido na quinta-feira sua "urgente" libertação, depois de ser divulgada a notícia de que o jornalista tinha perdido contato direto com o correspondente havia uma semana.
O jornal britânico The Guardian informou nesta quinta-feira em seu site que oficiais do governo líbio confirmaram a detenção de seu correspondente Ghait Abdul Ahad, que viajava com o brasileiro e tinha sido considerado desaparecido havia dias.
Uma fonte de Trípoli tinha informado à AFP nesta quinta-feira que o jornalista do Guardian tinha sido detido por ter entrado "ilegalmente no país".
Ghait Abdul Ahad é um experiente jornalista de nacionalidade iraquiana que trabalha para o Guardian desde 2004 na Somália, Sudão, Iraque e Afeganistão, e estava há duas semanas cobrindo a rebelião no oeste da Líbia.
Seu último contato com o jornal, estabelecido através de uma terceira pessoa, aconteceu no domingo, quando se encontrava em Zawiya, cidade do oeste de Trípoli e cenário nos últimos dias de violentos combates entre os insurgentes e as forças leais a Muamar Kadhafi.
Na noite de quarta-feira, o canal britânico BBC anunciou que três de seus jornalistas foram detidos e agredidos na Líbia quando trabalhavam em campo, sendo submetidos a uma simulação de execução.
O jornalista árabe Feras Killani e seus colegas, o britânico Chris Cobb-Smith e o turco Goktay Koraltan, foram presos na segunda-feira e levados para barracões onde "sofreram repetidas agressões".
Os três jornalistas foram detidos em um posto de controle 10 km ao sul da cidade de Zawiya, 40 km a oeste de Trípoli, palco de violentos combates entre rebeldes e forças leais ao regime do coronel Muammar Khadafi.
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, informou nesta quinta-feira que os atos de violência sofridos pelos três jornalistas da BBC na Líbia "podem ser atos de tortura".
"O fato de que tenham sido considerados alvo, detidos e tratados com uma crueldade que pode ser considerada tortura é totalmente inaceitável e constitui uma violação grave do direito internacional", declarou Pillay, citada em um comunicado.
"Se uma equipe de televisão internacional pode ser vítima deste tipo de maus-tratos, me preocupa acima de tudo o tipo de maus-tratos que podem sofrer os opositores do regime líbio que caírem em mãos dos serviços de segurança", destacou.
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