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John Galliano pede perdão por conduta e nega antissemitismo

02/03/2011 14h47

LONDRES, 2 Mar 2011 (AFP) -O estilista britânico John Galliano negou "totalmente" nesta quarta-feira as acusações de antissemitismo e racismo, mas pediu perdão por sua conduta, em um comunicado publicado por seus advogados em Londres.

"Nego totalmente as acusações contra mim e cooperarei plenamente com a investigação da polícia", declarou o estilista, após sua prisão em Paris na quinta-feira por suposta agressão e comentários antissemitas.

Ele acrescentou: "Antissemitismo e racismo não têm lugar em nossa sociedade. Eu peço desculpas pelo meu comportamento se causei alguma ofensa".

Galliano foi demitido pela grife francesa Dior na terça-feira, após vir à tona um vídeo que mostrava Galliano insultando pessoas em um café e declarando "Eu amo Hitler".

O estilista britânico, de 50 anos, já havia sido suspenso pela grife depois de ser preso e questionado pela polícia francesa por supostamente submeter um casal a um discurso antissemita e bêbado em Paris.

Em um comunicado divulgado pelos advogados de Londres Harbottle and Lewis, Galliano afirmou: "Desde os acontecimentos da última quinta-feira à noite, eu não pude fazer nenhum comentário público sobre o que aconteceu com base em conselhos de meu advogado francês."

"No entanto, devido aos atrasos contínuos no escritório do promotor francês eu devo deixar clara a minha posição".

Negando as acusações contra si, Galliano confirmou que realizará ações legais contra seus acusadores e disse que eles o atacaram verbalmente.

"Um número de testemunhas independentes prestaram depoimento e afirmaram à polícia que sofri ataques verbais e agressão sem motivo quando um indivíduo tentou me atingir com uma cadeira olhando com desprezo para minha aparência e minhas roupas", explicou.

"Por essas razões, instaurei um processo por difamação e pelas ameaças feitas contra mim".

O estilista continuou: "No entanto, aceito completamente que as acusações feitas contra mim tenham chocado e chateado muito as pessoas".

"Devo assumir a responsabilidade pelas circunstâncias nas quais me encontrei e por permitir que fosse visto me comportando da pior maneira possível".

"Eu só tenho a mim mesmo para culpar e sei que devo enfrentar meus próprios erros e que devo trabalhar duro para conquistar a compreensão e compaixão das pessoas".

Galliano, nascido em Gibraltar, acrescentou: "Lutei por toda a minha vida contra preconceito, intolerância e discriminação, tendo eu próprio sido vítima disso".