Cinema autoral em 3D, Madonna e Ralph Fiennes são os destaques em Berlim
BERLIM, 8 Fev 2011 (AFP) -A 61ª edição do Festival de Cinema de Berlim, que começa na quinta-feira sob a presidência da atriz Isabella Rossellini, aposta na criatividade e na renovação com obras do cinema autoral e experimental em 3D, a estreia de Ralph Fiennes atrás das câmeras e uma "espiadinha" no último filme de Madonna.
O tapete vermelho do festival anseia por uma possível aparição da pop star, já que trechos de seu novo filme, "W.E", devem ser revelados antes da première mundial no circuito europeu.
Reduzida a 16 longas-metragens apenas - contra 20 do ano passado -, a competição pelo Urso de Ouro, que será entregue no dia 19 de fevereiro, abre espaço para jovens cineastas e mulheres, de acordo com a vontade manifestada pelo diretor do festival, Dieter Kosslick.
"Uma de nossas tendências este ano envolve diretores mais jovens e também as mulheres", declarou Kosslick à imprensa. "Queremos também descobrir novas formas de cinema, com a programação de filmes em 3D", acrescentou.
O Festival abre na noite de quinta-feira com a projeção, fora da competição, do faroeste dos irmãos Joel e Ethan Coen, "Bravura Indomita", um 'remake' de um grande clássico do gênero, assinado por Henry Hathaway (1969): o filme totaliza dez indacações ao Oscar, incluindo as de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator para Jeff Bridges, que representa o antigo papel de John Wayne como xerife caolho, ao lado de Matt Damon.
Depois, na sexta, começa a competição oficial com "Margin Call", do diretor americano J.C. Chandor, estrelado por Kevin Spacey, Demi Moore e Jeremy Irons, como diretor de uma empresa financeira em plena quebra da bolsa de valores.
Em meio aos grandes sucessos hollywoodianos em 3D, de "Avatar" a "Toy Story 3", os autores europeus ganham evidência com "Pina", o último filme do diretor alemão Wim Wenders sobre sua compatriota, a dançarina e coreógrafa Pina Bausch; com um documentário de Werner Herzog, "Cave of Forgotten Dreams"; e também a uma animação do francês Michel Ocelot, "Les Contes de la nuit".
"Estou feliz que um diretor como Wender tenha experimentado as possibilidades do 3D", revelou Lars-Olav Beier, crítico de cinema da publicação semanal Der Spiegel.
"Resta saber se o cinema autoral e experimental em 3D, que não depende a priori dos efeitos especiais como os grandes sucessos populares, vai conseguir desenvolver uma estética própria".
Outra novidade, a primeira produção do ator britânico Ralph Fiennes, que encena a tragédia de Shakespeare, "Coriolano", general romano vitorioso em rebelião contra o império.
Zoe Kravitz, filha do cantor Lenny Kravitz e da atriz Lisa Bonet, aparece em "Yelling To The Sky", de Victoria Mahoney, história de uma adolescente de 17 anos deixada por conta própria em um bairro violento de Nova York.
O diretor iraniano Asghar Farhadi, já coroado em 2009 com "À Procura de Elly", retorna com "Jodaeiye Nader az Simin" ("Nader e Simin, uma Separação", em tradução livre), que conta a história de um casal separado e que se reencontra por causa de um evento inesperado.
Farhadi foi temporariamente proibido de filmar em seu país por ter apoiado o compatriota Jafar Panahi, condenado a 6 anos de prisão e 20 anos de proibição de trabalhar. A Berlinale, que o havia convidado para ser jurado, vai homenageá-lo na sexta-feira ao exibir seus filmes.
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