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Cuba descarta 'obstáculo político' para abrir internet a cubanos

07/02/2011 19h18

HAVANA, 7 Fev 2011 (AFP) -Cuba descartou nesta segunda-feira que exista um "obstáculo político", mas sim de infraestrutura, para abrir a internet aos cubanos, após a chegada, na próxima terça-feira da Venezuela, de um cabo submarino de fibra ótima que multiplicará por 3 mil a capacidade de conexão.

"Não há nenhum obstáculo político", disse o vice-ministro de Informática e Comunicações, Jorge Luis Perdomo, em uma coletiva de imprensa anterior à abertura da Convenção Internacional de Informática-2011, na qual participam cerca de 2 mil delegados de 35 países, entre eles China, Rússia e Canadá.

"Existe total vontade do Governo de seguir desenvolvendo o setor das comunicações" e "há um plano paulatino de seguir aumentando os acessos à internet" nas "instituições, lares, e em todos os pontos onde seja necessário ter estes serviços", acrescentou Perdomo, sem dar prazos.

No entanto, informou que a chegada a Santiago de Cuba (sudeste) do cabo sumarino de 1.600 km não supõe a extensão imediata do acesso dos cubanos à rede, porque a ilha precisa de investimentos em infraestrutura e tecnologia.

"Seguir desenvolvendo a infraestrutura de comunicações do país (...) é tão importante quanto o próprio cabo", disse o vice-ministro.

Segundo Perdomo, está sendo criada uma lei de comunicações para "ordenar, regular e promover de forma ordenada" a internet.

"É um setor que emergiu com muita força nos últimos anos, seu desenvolvimento foi muito rápido, e nos demos conta de que, assim como outros países, também é necessário para Cuba", explicou o vice-ministro.

Em Cuba não existe serviço particular de internet, reservado a estrangeiros e a alguns profissionais, como médicos e jornalistas, além de centros acadêmicos, o que as autoridades da ilha chamam de "uso social" da rede.

Os cubanos podem se conectar à internet em cibercafés estatais, mas o serviço custa 1,8 dólar por hora, e em hotéis são vendidos cartões de navegação livre a 7 dólares a hora, valor inacessível para muitos em um país onde o salário médio é de 20 dólares.