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Fundador do Wikileaks se disfarçou de mulher para fugir da CIA

31/01/2011 06h44

LONDRES, 31 Jan 2011 (AFP) -O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se disfarçou de mulher para escapar dos agentes da CIA que o seguiam, informa uma nova biografia que teve trechos publicados pelo jornal britânico The Guardian.

O livro, escrito por dois repórteres do jornal londrino, David Leigh e Luke Harding, tem como título "WikiLeaks: Inside Julian Assange's War on Secrecy" ("Dentro da Guerra de Julian Assange sobre o Sigilo") e afirma que o "hacker" só conheceu o pai biológico depois dos 20 anos.

O fundador do WikiLeaks é objeto atualmente de uma investigação criminal sobre o vazamento de 250.000 documentos e telegramas diplomáticos.

Assange, nascido na Austrália, estava na Inglaterra quando ficou sabendo que agentes da CIA o seguiam, apesar da ausência de provas, indica o livro.

"Podem imaginar o ridículo que era se disfarçar de mulher. Ele se disfarçou de idosa por mais de duas horas", declarou aos jornalistas James Ball, colaborador do Wikileaks.

Alguns trechos da biografia falam sobre a infância de Assange.

"O pai biológico de Julian, John Shipton, estava ausente a maior parte do tempo. Aos 17 anos, a mãe de Assagne se apaixonou por Shipton, um jovem que conheceu em uma manifestación contra a guerra do Vietnã em 1970".

"O relacionamento acabou e (o pai biológico) não teve nenhum papel em sua vida durante vários anos. Não tiveram contato até que Julian completou 25 anos", informa o livro.

Quando os dois se encontraram, Julian descobriu que herdou o temperamento do pai. Um amigo diz que Shipton era "como um espelho que refletia a imagem de Julian".

O primeiro problema de Julian Assange com a justiça aconteceu em 1994 por pirataria virtual, segundo a biografia.

Detido em 7 de dezembro de 2010 em Londres por uma ordem de prisão emitida pela Suécia, Assange foi colocado em liberdade após pagamento de fiança nove dias depois.

A justiça sueca o processa por violência sexual contra duas mulheres e ele está na Grã-Bretanha em liberdade condicional. A justiça britânica deve decidir em fevereiro sobre a extradição pedida por Estocolmo.