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Chefe de comunicação de David Cameron pede demissão

21/01/2011 11h53

LONDRES, 21 Jan 2011 (AFP) -O chefe de comunicação do primeiro-ministro britânico David Cameron, Andy Coulson, pediu demissão nesta sexta-feira após meses de pressões relacionadas com um escândalo de escutas telefônicas ilegais do tabloide News of the World quando era diretor de redação do jornal.

"Posso confirmar hoje que renunciei como diretor de comunicação de Downing Street", afirma Coulson em um comunicado.

"Infelizmente, a cobertura contínua dos acontecimentos ligados a meu antigo trabalho no News of the World tornou difícil dar os 110% necessários nesta função", completa a nota.

Cameron informou em um comunicado separado "sentir muito" o fato de Coulson, que trabalhou para ele nos últimos três anos e meio, ter sido "forçado" a renunciar em consequência das contínuas pressões relacionadas ao caso.

Andy Coulson, que era diretor de redação do News of the World desde 2003, renunciou ao cargo em 2007 em consequência do escândalo de escutas telefônicas contra políticos, famosos e até mesmo integrantes da família real, mas sempre negou que tivesse conhecimento de qualquer atividade ilegal na redação do tabloide.

"Mantenho tudo o que disse sobre estes acontecimentos, mas quando um porta-voz precisa de um porta-voz é o momento de sair", reafirmou no comunicado divulgado nesta sexta-feira.

O News of the World, um semanário sensacionalista de propriedade do magnata da imprensa Rupert Murdoch, com tiragem de 2,7 milhões de exemplares, suspendeu este mês um dos editores assistentes em consequência do escândalo.

As acusações dizem respeito a 2005 e 2006 e já provocaram as detenções, em 2007, de um jornalista especializado em temas da realeza, Clive Goodman, e de um detetive particular, Glenn Mulcaire. Eles grampearam telefones celulares de pessoas famosas, incluindo os de conselheiros do príncipe Charles, herdeiro do trono, e de seus filhos, os príncipes William e Harry.

O jornal destacou na ocasião que as escutas eram casos isolados, mas após a reabertura da investigação recentemente, alguns ex-funcionários afirmaram que, ao contrário, esta era uma prática recorrente.

Vários deputados trabalhistas que se declararam vítimas das escutas pediam a demissão de Coulson desde o ano passado.