Paris mostra sua alta costura para o verão 2006 a partir do dia 23
PARIS, 20 jan (AFP) - A alta costura apresentará em Paris a partir de segunda-feira sua visão do verão 2006, ocasião em que tentará demonstrar sua vitalidade, apesar de o número de Maisons no desfile ser muito limitado. De fato, só estarão presentes oito das dez casas francesas que possuem a denominação Alta Costura.
Jean-Louis Scherrer anunciou em novembro que não participaria dos desfiles de primavera-verão. Por sua vez, a casa Ungaro não desfila pela quarta vez consecutiva, depois que Emanuel Ungaro anunciou em 2004 que havia renunciado à Alta Costura, considerando que a mesma não respondia às expectativas das mulheres.
No total, de segunda a quarta, estão previstos no calendário oficial dezesseis desfiles: os grandes nomes Chanel, Dior, Christian Lacroix, Jean-Paul Gaultier e Givenchy, assim como as Maisons menos célebres, como Dominique Sirop, Adeline André e Franck Sorbier.
No calendário oficial, figuram oito criadores, membros "colaboradores" ou "convidados", entre eles os italianos Giorgio Armani, Maurizio Galante e Valentino, o português Felipe Oliveira Baptista e o libanês Elie Saab. O francês Christophe Josse, ex-assistente de Rose Torrente, figura pela primeira vez neste calendário.
Paralelamente, cerca de 20 estilistas participarão dos desfiles "off".
Didier Grumbach, presidente da Federação francesa de Alta Costura, estima que "o calendário é cada vez mais denso e suscita cada vez maior interesse".
Desde 2005, "estamos numa nova era", estima Grumbach, que pede "a abertura (da Alta Costura) para marcas criativas" e o "retorno das marcas míticas".
"É preciso voltar às fontes e reativar o calendário, incluindo as Maisons de prestígio", como Nina Ricci, Lanvin, Balenciaga e Rochas. "Essas casas têm uma imagem de alta costura, um saber de alta costura e uma notoriedade formidável", argumenta Grumbach, manifestando sua intenção de "exortá-las" a voltar para os desfiles.
Das 106 casas de alta costura existentes imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial, restaram apenas 20 no início dos anos 90, e agora são apenas 10, apesar de os critérios utilizados para conceder essa classificação às empresas de moda terem sido bastante flexibilizados em 2001.
Os critérios para obter a "denominação Alta Costura" (a casa tem que ser exclusivamente parisiense, juridicamente protegida e utilizar as casas que figuram numa lista estabelecida a cada ano pelo ministério da Indústria francês) foram estabelecidos em 1945.
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