Ode à feminilidade é a proposta do quinto dia de desfiles para o verão 2006
PARIS, 6 out (AFP) - As coleções de prêt-à-porter para a temporada primavera-verão 2006 apresentadas nesta quinta-feira em Paris são uma ode à feminilidade, seja na versão da marca Céline, que recuperou as cores graças a Ivana Omazic, e de Stella McCartney, adepta de uma linha que liberta a mulher de toda a imposição, como de Clements-Ribeiro e suas lolitas para a Cacharel.
O brasileiro Inácio Ribeiro e sua mulher, Suzanne Clements, trazem para as passarelas a palavra de ordem da Cacharel: uma moda fresca para vestir jovens em Paris ou em Ibiza.
Estampados de florzinhas realçados com falsos colares de contas exageram a graça da marca que ficou conhecida nos anos 60 com a tradicional loja Liberty. Flores maiores aparecem em jaquetas e saias. Listras trazem um pouco de verticalidade, sejam finas e espaçadas ou juntas na calça corsário.
As cores são brilhantes: lilás, amarelo, azul petróleo, branco. Para a noite, vestidinhos monocromáticos adornados com contas ou bordados.
Tendo como desafio o seu primeiro desfile, a jovem croata Ivana Omazic fez uma inteligente estréia, ao beber na fonte de Céline, marca fundada em 1945 e que se tornou rapidamente símbolo da elegância parisiense e de sportswear chique.
Luvas de pele, sapatos de salto, materiais luxuosos e um toque de antigamente. A mulher Céline, cuja identidade se havia esfumado nas últimas temporadas, mostra novamente seu estilo.
As peles aveludadas de tom amarelado são quentes, o plissado dos vestidos de noite curtos, falsamente recatados. Os detalhes dão um toque de originalidade em casacos, jaquetas trapézio e cardigãs.
Stella McCartney veste uma "mulher moderna" com um guarda-roupas impecável e fácil de usar: "less is more" (menos é mais), explica a estilista.
Para o dia, a silhueta é informal, entre calças com pregas e cintura alta a jaquetas retas sobre camisas masculinas.
O jeans aparece em uma leitura sensual, com vestido-bustiê justo, enquanto os vestidos de seda assumem volumes às vezes exagerados. Um macacão de algodão de seda brinca com a leveza. Ao contrário, a seda branca com estampado de correntes douradas aposta no contrário.
Para a noite, três estilos diferentes: rock, com vestido prateado até o joelho franzido na cintura; sexy, com vestidos negros decorados; glamouroso, com vestidos longos com estampas de telas de Jeff Koons, como os lábios vermelhos.
A 'maison' Léonard vacila há anos entre insistir nos vestidos imóveis de estampados fúcsia que levam ao delírio as clientes asiáticas há quase 60 anos, e uma moda mais jovem e dinâmica.
Para o verão 2006, a opção é a segunda alternativa, por impulso da estilista Véronique Leroy, que no entanto mantém o espírito da marca, embora com certas liberdades. Os vestidinhos de jérsei de seda deixam as costas nuas, o lurex cobre e o couro brilhante nas cores azul-marinho, preto ou cobre aparece combinado com apliques de flores ou finos pespontos. Roupas de banho com jaquetas de felpa de algodão despertam na platéia o desejo de correr para a praia. (Por Dominique Ageorges)
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