Verão 2006 será 'clean' para Givenchy e Rochas e colorido para Van Noten
PARIS, 5 out (AFP) - Uma mulher de beleza glacial e uma aventureira viajante são as protagonistas das coleções de Givenchy, Rochas e Dries Van Noten, respectivamente, apresentadas nesta quarta-feira em Paris, no quarto dia da moda feminina de prêt-à-porter para o verão 2006.
Para seu primeiro desfile de prêt-à-porter, após o de alta-costura em julho passado, o jovem italiano Riccardo Tisci optou por dar às suas roupas desenhadas para Givenchy uma elegância fria, no melhor estilo das heroínas do cineasta britânico Alfred Hitchcock.
Com um desfile com ares de pompa, pôde-se apreciar a riqueza em costuras nas peças cheias de efeitos de corte, as saias-tulipa que aderem ao corpo acompanhadas por jaquetas com estudados corpetes e ombros que se destacam em vestidos com mangas bufantes e camisas com cavas franzidas, como delicados origamis.
A monocromia, principalmente o preto e o branco, é ordem e apenas algumas poucas peças aparecem em cor prata metálico, dando à coleção um toque "rock".
O minimalismo também dominou a coleção criada pelo belga Olivier Theyskens para a Rochas, cujas "estrelas" são as pantalonas de dia de corte masculino, com uma elegância casual, graças a sua confecção em um linho muito suave.
Material este que voltou a aparecer, aliás, nas roupas de noite, em longos de cor bege e em outros modelos, mais sofisticados graças ao contraste com tecidos parecidos com a seda acetinada ou adamascada.
Com Dries Van Noten, porém, a frieza foi deixada de lado e a platéia mergulhou em um banho de cores. O desfile começou com os tons de areia até fechar com o preto, percorrendo todas as nuanças do arco-íris.
A mistura de cultura é outra constante de Van Noten, que deixa transparecer em suas roupas tanto a inspiração japonesa (como as faixas no estilo "obi", jaquetas tipo quimonos ou calças samurai) quanto lembranças históricas do Renascimento.
O choque frontal entre listras e temas florais, ou roupas mais femininas e as marcadamente masculinas, acontece dentro de uma doce harmonia. Além disso, os jogos de superposição das peças de Van Noten dão a impressão de ocultar o corpo, exatamente onde leves vestidos de seda estampada o desnudam. No final do desfile, uma espécie de sarongue com as cores do crepúsculo inflamou o ambiente com uma gama de laranjas.
Na quinta-feira, será a vez das coleções de Stella McCartney, da jovem croata Ivana Omazic, que estréia com Céline, e dos turcos Hussein Chalayan e Dice Kayek.
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