Comic Con de SP cresce e prova que Brasil é mais "nerd" do que se imagina
A segunda edição da CCXP (Comic Con Experience), que ocorreu entre quinta (3) e domingo (6) no São Paulo Expo, na capital paulista, provou que o Brasil é mais "nerd" do que se imaginava. A convenção, que cresceu de tamanho do ano passado para cá, reuniu cerca de 120 mil pessoas nos quatro dias em um espaço de 55 mil metros quadrados.
Se não foi épica, conforme anunciado no slogan da CCXP, a feira chegou perto. No ano passado, muita gente criticou a falta de convidados de peso ou painéis relevantes, neste ano os fãs não tiveram do que reclamar. Teve "Star Wars", "Batman vs. Superman" e "Capitão América: Guerra Civil". Além, é claro de convidados, como Frank Miller, Adam Sandler, Misha Collins, Taylor Lautner, Evangeline Lilly e David Tennant.
Os fãs demonstraram uma determinação espartana para assistir aos painéis mais concorridos. Alguns chegaram às 22h do dia anterior, 12 horas antes da abertura dos portões, e ainda encararam outra extensa fila para conseguir entrar no auditório principal. Nos painéis mais concorridos, como os de "Capitão América: Guerra Civil" e "Star Wars: O Despertar da Força", assistiam à grande parte dos trailers de pé, urrando na aparição de cada cena empolgante como se comemorando um gol nerd.
Na parte das compras, embora o preço salgado tenha assustado algumas pessoas, a variedade de colecionáveis, livros e HQs fará o Natal dos nerds mais feliz. Tanto é que, alguns deles vieram para o evento carregando até malas de rodinhas só para guardar suas preciosas compras.
Quanto à infra-estrutura, a entrada dos fãs pelas catracas estava organizada, com espaço para a formação de filas coberto e longe do sol e sem correria. Dentro do evento, uma ampla praça de alimentação deu conta do recado sem a formação de grandes filas. Era possível também facilmente encontrar mesas para sentar. Os banheiros também aguentaram o tranco, mas algumas filas se formaram.
Já o acesso ao São Paulo Expo, que fica na saída de São Paulo para a rodovia dos Imigrantes, é complicado, pois só existe uma entrada para o evento, causando engarrafamento de quase uma hora todos os dias. Na saída, imensas filas se formavam para aguardar o ônibus que fazia o traslado para a estação Jabaquara do Metrô, ou os táxis.
* Com colaboração de reportagem de Guilherme Solari
Fala, nerd! A CCXP na opinião dos frequentadores
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Melhor com dinheiro no bolso
Marcelo Gava aprovou a Comic Con Experience neste ano e destacou como ponto positivo a grande variedade de estandes para visitar. Entre os pontos negativos, Gava apontou os preços salgados em algumas das lojas de venda de bonecos e itens de colecionador na feira. "Não tem muito pra fazer se você está sem dinheiro". Segundo ele, seria bom se, no próximo ano, os organizadores trouxessem o ator Orlando Bloom, de "O Hobbit".
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Mais perto dos ídolos
Os amigos Henrique e Mateus, que não são uma dupla sertaneja, estavam satisfeitos com "a oportunidade de ver de perto os quadrinistas, atores e youtubers que a gente segue". Eles praticamente não tinham críticas à organização - "Gostamos de tudo, está perfeito" - e já anunciam os desejos para uma próxima edição: "Stan Lee, Alex Ross e Robert Downey Jr."
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Falhas de comunicação
Maia Loureiro, dona de um podcast sobre "Dr. Who", reclamou da falta de comunicação entre o staff do evento. "Muita gente dava informações desencontradas. Acho que essa comunicação entre eles poderia melhorar". O calor também foi apontado como ponto negativo. "Incomodou bastante." Para o ano que vem, Maia gostaria de ver um painel sobre "Dr. Who" e também sobre os 50 anos de "Star Trek".
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Acessibilidade aprovada
A acessibilidade foi um dos pontos elogiados da Comic Con deste ano. As famílias Santana e Cruz vieram de Salvador (BA), só para a feira. Uma das crianças, Rafael Santana, 15, que é cadeirante, afirmou que não teve dificuldade em circular pelo evento. "Todos os lugares tinham rampas e os seguranças ajudavam a entrar", analisou o adolescente. Seu amigo de escola, Mateus Fontes, 14, faz um pedido à organização: "Queria que o Robert Downey Jr. viesse em 2016".
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Livro por ingresso
"Gostei da ideia de doar um livro para pagar menos no ingresso", comentou João Vitor. Para ele, no entanto, o principal problema da feira foram "as filas monstruosas". "Mas eu não vejo como poderia ser diferente." Ele também apontou como ponto negativo o "preço absurdo" dos alimentos. Para a próxima edição, já sonha com o "quase impossível": "Eu gostaria de um dia poder ver Alan Moore e Grant Morrison aqui", diz, referindo-se a dois dos mais celebrados roteiristas de HQ.
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Cheio, mas organizado
Para a dupla Jéssica e Tonho tudo estava "muito cheio, mas organizado", na Comic Con Experience. "Os cosplays estão excelentes e a pré-estreia de 'Creed' foi sensacional". Tonho acha que a feira deve seguir as americanas e trazer ainda "mais anúncios de coisas inéditas". "A Marvel mandou bem nesse aspecto, com o trailer estendido do 'Capitão América". Para 2016, o casal tem um pedido: "Gostaríamos muito de ver os atores dos 'Vingadores' ao vivo".
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Filas nos banheiros
Os amigos Maira, Yumi e Paulo Jorge gostaram do que viram - "Foi muito legal, organizado" -, mas tiveram uma reclamação a fazer: "Faltou estrutura para coisas como o banheiro. A fila foi muito grande, de horas e horas, e isso depois de pagarmos caro no ingresso." Eles, que são fãs de séries de televisão, gostariam de ver os elencos de "Flash", "Breaking Bad" e "Orange is the New Black" numa próxima Comic Con Experience.
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Outra vez, o calor
Representantes dos camisetas pretas no universo nerd, Matheus e Mariana aprovaram o evento, especialmente pela "grande variedade de estandes", mas confirmaram que também sofreram bastante com o calor dentro do centro de convenções do São Paulo Expo. "Precisam aumentar o ar-condicionado". Para uma próxima, torcem pela vinda do ídolo Neil Gaiman, criador da HQ dark "Sandman".
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Preço justo
Para os amigos Emerson e Victor, a experiência na CCXP "foi bem divertida, mas é uma pena que tudo tenha filas muito longas, não dá pra aproveitar tudo o que dá vontade". Segundo eles, fãs da série de TV "Supernatural", o preço dos ingressos, que chegava a R$ 240, foi justo. "Gostamos muito da iniciativa de diminuir o preço do ingresso com doações de livros".
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Cansados das filas
Abordados pela reportagem do UOL quando descansavam no chão do São Paulo Expo, Kaitlin e Abrão também não gostaram muito das enormes filas desta edição da CCXP. "[Tudo estava] muito, mas muito cheio", apontam. As horas de fila para entrar no auditório, no entanto, compensaram. "O painel da Fox foi excelente". Para o ano que vem, trazer Scarlet Johanson não seria má ideia, garantem.
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