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Monitor de tubo e modem: Como era um PC gamer 'top de linha' dos anos 90?

Rodrigo Guerra Do UOL, em São Paulo

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    Essa era uma das "máquinas dos sonhos" para rodar jogos no final dos anos 1990

    Essa era uma das "máquinas dos sonhos" para rodar jogos no final dos anos 1990

Os jogos de PC são os mais avançados, tanto visualmente, quanto tecnologicamente. Para ter acesso a esse mundo o jogador precisa desembolsar uma pequena fortuna para estar em dia com os equipamentos de última geração. Essa é a verdade máxima para quem gosta de jogar no computador desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, quando a moda era ter em sua máquina um processador Pentim III da Intel, tido na época como o "processador mais rápido do mundo" e um kit multimídia.

Várias marcas de computadores como o HP Pavillion, Compaq Presario e até o Itautec tinham configurações "para jogadores", trazendo placas de vídeo como a Voodoo 2, Nvidia Riva TNT e ATI Rage 128. Essas peças faziam maravilhas para jogar games como "Diablo", "Grin Fandango" e "Quake 2". Tinha até comerciais de televisão no quais os pais ficavam desesperados para poder brincar com o computador do filho (veja no fim da matéria, logo abaixo).

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As imagens ficavam belíssimas nos monitores de tubo de 15 polegadas e o som cristalino com as caixinhas de som da Creative que vinha acompanhada no kit multimídia Sound Blaster Live. A jogatina ficava completa para jogar online com os fax-modens US Robotics de 32 Kbps. Isso, claro, se o Windows 98 não desse "pau" sem nenhum motivo aparente.

Essas máquinas rodavam games como "Myst", "Onde está Carmen San Diego" e, talvez o maior clássico de todos os tempos, "Paciência". ´Por falar em clássicos, alguns jogos que exigiam o uso do mouse só foram possíveis nessa plataforma, como "Sam & Max" e "Full Throttle" – que já naquela época, eram localizados em português do Brasil – e alguns até com dublagem.

O maior problema é que esses computadores não eram realmente gamers. Você precisava comprar placas de vídeo e de som à parte e torcer para encontrar uma assistência técnica para instalar essas peças – ou contar com um "sobrinho que sabe tudo de computador" para fazer a instalação.

Não apenas isso, rodar games nunca foi uma tarefa fácil. Era necessário saber um pouco de programação básica para "expandir a memória" e até para fazer instalação dos discos pelo MS-DOS você precisava saber algumas linhas de comando.

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Deixando as nerdices tecnológicas de lado, o "computador gamer" dessa época tinha uma visão muito mais ampla do que apenas jogar. O Itautec, por exemplo, tinha receptor de televisão. O Compaq Presario 5700 tinha uma função incrível para o usuário comum dos anos 90 a tecla "internet", que deixava "todas as informações do mundo ao alcance de um botão".

A internet por si só é um caso à parte. Sites eram feitos para serem mais limpos e com poucas imagens, afinal, navegar com um fax-modem de 32 Kbps era um martírio. Vale lembrar que os buscadores não eram tão espertos - alguns sites não eram indexados nos servidores. O Brasil contava com o Cadê, mas muitos internautas usavam na época o Altavista – ambos, anos mais tarde, foram adquiridos e absorvidos pelo Yahoo!.

A verdade é que os computadores para jogos hoje em dia, além de serem mais bonitos, deixaram a vida dos usuários mais simples. Contamos com ferramentas que facilitam a vida do nosso dia-a-dia menos burocrática como o Steam, que é a loja e o aplicativo que instala e gerencia seus jogos. Até mesmo os sistemas operacionais, como o Mac OSX, Windows e o Linux se tornaram mais confiáveis e simples.

Lembrar desses computadores antigos é divertido e saudosista, mas ainda bem que atualmente podemos nos preocupar menos com essas tecnicalidades e nos importar com o que é realmente importante: jogar.

 

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