Com 96% de adesão, sindicato dos roteiristas autoriza greve nos EUA
Mais de 96% dos membros do Writers Guild of America (sindicato que representa os roteiristas do cinema, rádio e televisão nos Estados Unidos) votaram pela realização de uma greve em protesto contra as produtoras americanas de séries e filmes, publicou nesta segunda (24) a revista "Variety".
O sindicato divulgou os resultados um dia antes da retomada das negociações contratuais com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP; a associação que reúne estúdios de cinema e emissoras de TV).
Com a aprovação da greve, a paralisação do trabalho pode ocorrer a partir do dia 2 de maio, quando o atual contrato de três anos com a associação chega ao fim.
"Estamos empenhados em chegar a um acordo que mantenha a indústria funcionando", divulgou a AMPTP em comunicado. "A greve de 2007 machucou a todos. Escritores perderam mais de US$ 287 milhões, negócios foram cancelados e muitos roteiristas tomaram empréstimos para compensar suas despesas."
Segundo a "Variety", o apoio atual dos membros votantes, de cerca de 96%, é similar ao registrado antes da greve de 2007, que contou com aval de 90% de seus então 5.507 associados. Agora, 6.310 cédulas foram emitidas, e 67,5% dos membros elegíveis depositaram voto.
O período de votação começou em 19 de abril e terminou às 12h (no horário de Los Angeles; 4h no horário de Brasília) desta segunda. As tratativas entre as partes tiveram início em 13 de março e duraram cerca de três semanas.
No último dia 5 de abril, o Writers Guild of America anunciou que uma greve poderia de fato acontecer e com impacto significativo na programação da televisão americana entre 2017 e 2018. O protesto é uma forma de pressionar as produtoras e estúdios na etapa final de negociação.
Reivindicações
O sindicato pede aumentos nas remunerações mínimas e sobre os direitos dos roteiros na tentativa de compensar as recentes mudanças na produção de séries de TV, o que afetou salários de profissionais.
Eles buscam igualar estruturas de pagamento para aqueles que trabalham em programas da TV a cabo e SVOD (serviço de assinatura como a Netflix e Amazon Prime), nos quais os valores permanecem inferiores aos pagos por redes de TV tradicionais. O sindicato também exige aumento nas contribuições para plano de saúde por parte das empresas.
Caso seja realmente confirmada, a greve dos roteiristas será a primeira em uma década nos Estados Unidos. Entre novembro de 2007 e fevereiro de 2008, eles paralisaram as atividades por cem dias, atrasando cronogramas de filmes e séries.
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