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Diretora Kathryn Bigelow diz esperar que Trump veja "Detroit" e se humanize

O presidente norte-americano Donald Trump - Drew Angerer/AFP Photo
O presidente norte-americano Donald Trump Imagem: Drew Angerer/AFP Photo

Londres (Reino Unido)

17/08/2017 13h30

A diretora de cinema Kathryn Bigelow disse na quarta-feira (16) que gostaria que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assistisse seu novo filme, "Detroit", e que este poderia ajudar a humanizá-lo em um momento no qual a tensão racial está abalando a nação.

"Detroit" é um olhar implacável sobre os tumultos do verão de 1967 na cidade norte-americana que lhe dá título, quando as tensões entre moradores negros e uma força policial predominantemente branca emergiram. Críticos disseram que o filme é poderoso, mas difícil de assistir.

"O filme é uma espécie de acusação da disseminação do racismo. E obviamente vimos essa disseminação ocorrendo mais uma vez alguns dias atrás em Charlottesville", disse Bigelow aos repórteres por ocasião da estreia britânica da produção em Londres.

Trump alimentou a tensão depois de uma manifestação de nacionalistas brancos em Charlottesville, na Virgínia, no último final de semana, ao culpar tanto extremistas de direita quanto de esquerda pela violência e ressuscitando um debate intenso sobre as relações raciais no país.

Bigelow disse que "o encorajaria (Trump) a ver o filme só na esperança de que possa humanizá-lo, talvez algo que é inimaginável para ele".

"Mas minha pequena plataforma é como cineasta e espero que tenha enviado uma mensagem ao mundo de que temos que começar a falar sobre a desigualdade", acrescentou.

"Detroit" estreou nos cinemas dos EUA no início deste mês e chega à Europa em setembro.

Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor direção por "Guerra ao Terror" (2008) - AP Photo/Mark J. Terrill - AP Photo/Mark J. Terrill
Kathryn Bigelow foi a primeira mulher a ganhar um Oscar de melhor direção por "Guerra ao Terror" (2008)
Imagem: AP Photo/Mark J. Terrill