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Como Sean Young rejuvenesceu 35 anos em "Blade Runner"? Diretor explica

A versão rejuvenescida de Sean Young (à esq.) e a modelo Loren Peta, que serviu de molde para a personagem - Reprodução
A versão rejuvenescida de Sean Young (à esq.) e a modelo Loren Peta, que serviu de molde para a personagem Imagem: Reprodução

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

08/12/2017 04h00

Os painéis "Recriando o Mundo de Blade Runner" e "Gollum, Balu e César: A Magia da Weta", que aconteceram nesta quinta (7) na Comic Con Experience 2017, foram um grande deleite para os fãs de efeitos visuais que compareceram à São Paulo Expo.

O primeiro a subir ao palco foi Richard Glegg, diretor de efeitos visuais de "Blade Runner 2049", que detalhou o complexo processo de levar às telas uma versão rejuvenescida de Rachael, personagem interpretada por Sean Young, praticamente idêntica à do filme de 1982.

Antes das camadas e mais camadas de textura digital, uma modelo deu formato ao corpo da atriz. Em seguida, a própria Sean gravou diálogos para registrar movimentos faciais da personagem.

"Mostramos as filmagens do novo e do original aos diretores, sem falar qual era cada uma, para ver se eles conseguiam observar a diferença. Ninguém conseguiu", disse Glegg para um bom público no auditório Cinemark.

O estudo vai além do que é visto. Um programa destrinchou o esqueleto da atriz e dezenas de câmeras testadas com luzes diferentes "tiraram" 35 anos de Sean Young, como se ela não tivesse saído do início dos anos 1980.

Cena de "Planeta dos Macacos: A Guerra", dirigido por Matt Reeves - Reprodução - Reprodução
Cena de "Planeta dos Macacos: A Guerra", dirigido por Matt Reeves
Imagem: Reprodução

Macacos digitais (quase) humanos

Na sequência, o supervisor de efeitos visuais Dan Lemmon, vencedor do Oscar 2016 por "Mogli: O Menino Lobo", falou sobre a trilogia "Planeta dos Macacos".

Se a produção de "Blade Runner" suou para criar uma personagem, imagine reproduzir um bando de macacos?

A pesquisa começa com fotos e vídeos dos animais, na tentativa de capturar os mínimos detalhes físicos. E olha que são mínimos mesmo.

A pelagem que sofre com o movimento dos ventos é colocada em um software de edição de imagens estilo do Photoshop, para não ficar "muito caro", diz o especialista.

Mesmo assim, o processo trabalhoso prima por acabamentos personalizados, seja por uma rolada na neve ou uma luta durante uma tempestade.

"O trabalho todo é do ator, a gente só dá um toque final", resume Lemmon.

Para as montanhas e a vegetação, um passeio de helicóptero com uma câmera potente faz o serviço. As imagens depois são reproduzidas no filme para criar outro aspecto., mais realista.