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Diversidade, paz, filas: equipe do UOL elege o melhor e o pior do Lolla

Público lotou o palco Skol para acompanhar o show do Cage The Elephant no primeiro dia de Lollapalooza no autódromo de Interlagos, em São Paulo - Alexandre Schneider/UOL
Público lotou o palco Skol para acompanhar o show do Cage The Elephant no primeiro dia de Lollapalooza no autódromo de Interlagos, em São Paulo
Imagem: Alexandre Schneider/UOL

Do UOL, em São Paulo

27/03/2017 04h00

Um line-up mais consistente e diversificado do que em 2016. A boa interação entre os fãs de atrações com estilos tão diversos. Os shows inéditos de The Weeknd, Rancid e Jimmy Eat World. A celebração nostálgica nas apresentações dos headliners Metallica e The Strokes. Tudo isso cercado por um mar de quase 200 mil pessoas que se movia tranquilamente (ok, com certa dificuldade em alguns momentos) de um palco para outro.

Durante os dois dias do Lollapalooza 2017, a equipe do UOL "acampou" no Autódromo de Interlagos e, além da cobertura dos shows, testou os serviços da sexta edição do mega festival por aqui. Reclamação recorrente entre o público, o Lolla Cashless, novo sistema de pagamento que utiliza pulseiras com recarga eletrônica, bem mais eficiente, não conseguiu extinguir as filas para comprar bebidas.

 

O que nossa equipe viu por lá

  • Tiago Dias / UOL

    Tiago Dias

    Metallica incendiário, Strokes saudosista, The xx com baladas soturnas e dançantes, e BaianaSystem arrastando bloco carnavalesco em pleno Autódromo de Interlagos. A "experiência" prometida pelo festival surgiu justamente de uma escalação improvável, mas que revelou ser uma das edições mais divertidas e democráticas do festival. O Lolla deixou a desejar no momento em que a cerveja acabou e a fila pra comprar um mísero copo d'água levava meia hora. Com falhas assim, é de se pensar se não vale a pena assistir aos shows no conforto do sofá de casa.

  • Natália Guaratto/UOL

    Natália Guaratto

    Apesar de se posicionar comercialmente como um "festival que promove experiências", o Lollapalooza, especialmente neste ano, só pode se gabar de ter feito uma coisa com competência: juntar fãs de música com suas bandas e ídolos preferidos. As apresentações de The xx e The Strokes, cheias de emoção, nostalgia e interação entre público e grupos, foram minhas preferidas. Mais consistente que no ano passado, o line-up diversificado é o que o festival faz de melhor. E este ano conseguiu um bom equilíbrio entre shows legais, mas não sensacionais (1975, Two Door Cinema Club), novidades do pop (The Weeknd, MO) e headliners adorados (Metallica, Strokes). O close errado ficou com as filas. O Lolla Cashless, sistema de pagamento por recarga eletrônica de pulseiras que extinguiu as fichinhas, fez o público perder tempo considerável nas filas, principalmente nos bares. Em alguns momentos era mais fácil chegar perto do palco do que conquistar uma cervejinha por R$ 12.

  • Renata Nogueira/UOL

    Renata Nogueira

    O clima paz e amor e a boa convivência entre públicos tão distintos, coroada pelas boas-vindas de James Hetfield aos jovens e coloridos no sábado, foi o que mais me marcou neste Lollapalooza. Como reunir cem mil pessoas em um só dia e não ter acontecido nada grave? Nos corredores humanos que se formavam entre um palco e outro, o público se encarregava de se organizar para não trombar e quase todo mundo era só sorrisos, mesmo no aperto. A situação só mudava nas filas dos bares, onde a galera se estressou esperando longos minutos por uma cervejinha. A pulseira é incrível: tem que continuar nas próximas edições, e até mesmo em outros eventos do mesmo porte. O que faltou foi treinar os funcionários para se adaptarem a tamanha tecnologia e ter mais ambulantes. E amei poder testemunhar o primeiro show do The Weeknd no Brasil. Dançante e gostoso de ouvir e ainda no melhor cenário possível, o palco Onix, que por sua distribuição e seu espaço deveria ganhar o protagonismo do Skol.

  • Rodolfo Vicentini / UOL

    Rodolfo Vicentini

    Duas coisas que me marcaram no Lolla 2017: o sol e o palco Skol. O primeiro não deu trégua e castigou quem chegou mais cedo nos dois dias de evento; o segundo, foi onde mais fiquei para ver os shows. Assim como Rancid e Jimmy Eat World, que tocaram pela primeira vez no Brasil, também fiz minha estreia no Lolla. A dimensão do festival chega a assustar: é só pensar no palco Ônix que já fico cansado, e as quase 200 mil pessoas que passavam de lá para cá nos dois dias de evento parecia animação gráfica de filme --sabe aquela horda de zumbis se movimentando? Do surpreendente Cage The Elephant ao velho e querido Metallica, vi o palco Skol se encolher e se estender de tamanho. Gastei sola de sapato e andei de lá para cá, e tropecei diversas vezes caminhando pelo palco Ônix no escuro. Nao vi brigas, trocas de xingamentos ou nada parecido, o que mostra que a diversidade de estilos sabe se dar bem.

  • Felipe Abílio/UOL

    Felipe Abílio

    Bem no centro do Lollapalooza, com visão para dois palcos, existe um espaço onde o preço do convite é um dos mais altos, no entanto, você tem todas as regalias na mão e, se ainda der sorte, consegue tirar uma selfie com Bruna Marquezine ou Ludmilla. Lollapalooza promove a união, mas percebi que não se afasta muito daquela boate bombada da sua cidade com uma área VIP para os mais populares. Minha missão nesta edição foi fazer a cobertura da Lounge VIP do festival, vi gente que só estava ali para pegar o drink e seguir para o palco, vi pessoas que curtiram o festival todo vendo shows pelo telão, sem abrir mão do conforto de beber e comer a qualquer hora quase sem fila - um luxo impensável para os quase 200 mil que se espalhavam fora dali. As celebridades não passavam mais que cinco minutos dentro do espaço e, na esperança de atravessar o festival todo para conseguir ver pelo menos um pedaço do show de The Weeknd (do outro lado do autódromo), consegui carona na van de Cléo Pires, que pegava um caminho alternativo e deixava os famosos exatamente no fosso dos palcos. Nunca uma carona e um contato com um "VIP" foram tão oportunos.