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"Muitos caíram de paraquedas no sertanejo e querem sucesso", diz Sorocaba

O cantor Sorocaba foi um dos convidados do programa "Conversa com Bial" - Reprodução/TV Globo
O cantor Sorocaba foi um dos convidados do programa "Conversa com Bial" Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL

28/07/2017 07h57

Fernando e Sorocaba falaram da carreira e dos artistas que empresariam no "Conversa com Bial", na madrugada desta sexta-feira (28). Eles temem que o sertanejo acabe perdendo espaço por se repetir.

"Num primeiro momento, o público acaba aceitando coisas parecidas, mas a longo prazo não é legal. Fazer a mesmice nos levou a alguns fracassos, por ceder a algumas pressões do mercado", confessa Sorocaba. "Quando um cara está na frente, acaba puxando a tendência do mercado para ele. Daí o compositor só quer só quer fazer daquele jeito, o produtor só quer fazer igual àquele cara, o radialista quer uma onda muito parecida. Então cria uma barreira no criativo das pessoas, desde o nascimento da música com o compositor a quem vai se apresentar. O sertanejo é o genero numero 1 do Brasil, mas precisa se cuidar para não entrar nesse mesmice, precisa se mexer para isso não acontecer", alerta.

Fernando conta que alguns novatos só pensam no sucesso, ao invés do conteúdo. "Muitos artistas caíram de paraquedas, nunca cantaram, resolvem cantar e sobe muito rápido". Sorocaba concorda.

"Tem muito artista hoje que nasce e quer estourar nacionalmente antes de ser forte na cidade dele. Como o cara pode ser sucesso nacional se ele não é conhecido na cidade dele? Precisa ser forte em uma região para então ganhar espaço. O Luan Santana começou no norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, e não tinha como não ser impactado com a música dele: o cara saía de casa, tava tocando o som; o padeiro tentava cantar a música; ligava na rádio, ele estava dando entrevista", recorda.

O uso da tecnologia ajudou nesse processo, afirma Sorocaba, mas é preciso cuidado na hora de avaliar os novos talentos. "A internet ajuda a revelar, mas deixa a cabeça do empresário meio confusa. Você consegue números, mas não é uma coisa sólida em um lugar só. Tem artistas que acertam o vírus, tirando toda a concepção de construir sua história degrauzinho por degrauzinho, e vai passando por Whatsapp. Quando você vê, todo mundo quer estourar desse jeito".

Por fim, Sorocaba voltou à preocupação com o futuro do ritmo que canta. "O sertanejo está fazendo muitas coisas iguais, enlalatas, muito parecidas, acaba dando abertura a outros gêneros".