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Iozzi diz que deixou redes sociais por causa do nível de intolerância

Monica Iozzi diz no "Encontro" que pretende voltar para as redes sociais - Reprodução/Globo
Monica Iozzi diz no "Encontro" que pretende voltar para as redes sociais Imagem: Reprodução/Globo

Do UOL, no Rio

18/10/2017 12h06

Afastada das redes sociais, Monica Iozzi contou o que a motivou a fazer isso e garante que voltará em breve. "Como estou um pouquinho fora, você fica mais leve. Mas daqui a pouco eu voltar. Tem tanta acontecendo... Eu saí porque achei que as pessoas estavam realmente num nível de intolerância que o diálogo não acontecia, mas agora a coisa está tão assustadora que vou voltar com certeza absoluta", disse no "Encontro" desta quarta-feira (18).

Na semana passada, Iozzi comentou o processo que perdeu para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ao participar do "Conversa com Bial". A atriz disse que se surpreendeu com o argumento do juiz Giordano Resende Costa, da Quarta Vara Cível de Brasília, e que rejeitou os acordos propostos pelo ministro durante o processo, preferindo pagar os R$ 30 mil da condenação.

"Fui processada por um post. O ministro, não sei por que razão, deu habeas corpus pro Roger Abdelmassih, que teve mais de 40 estupros comprovados e se aproveitava de pacientes sedadas. Como mulher, isso me indignou de uma maneira... era a mesma época de dois casos de estupros coletivos. As mulheres passando por tanta coisa, meninas sendo estupradas, o ministro vai e dá habeas corpus para esse cara? Eu sou leiga, mas não entendi. Ele então me processou por calúnia e difamação", contextualizou para o público.

Após o episódio, Monica deu adeus às redes sociais. "Eu saí de tudo. Acho perigoso, a internet dá liberdade para as pessoas porque a tela do computador serve como carapaça, um escudo, é muito fácil agredir alguém. Não saí pelas agressões, toda vez que você coloca sua opinião está sujeito a isso. Sempre falei dos temas que me atraem: política, justiça social, direito das mulheres, dos negros, e claro que tem gente que diverge, não tem problema. Mas quando você fala de um estupro coletivo e as pessoas começaram a comentar que uma menina de 15 anos não tinha que estar em uma festa àquela hora, justificando, ou quando você comenta que uma travesti foi assassinada, espancada em frente a celulares e as pessoas dizem 'ela vivia em pecado, foi pouco'... Isso começou a me assustar".

A ex-integrante do "CQC" não se arrepende: "Cheguei num momento em que uma seguidora minha falou um dia 'Eu entendo você, mas cuidado, você está perdendo a alegria'. E eu concordei com ela, estava me afetando. Pra gente continuar lutando, e eu encaro minhas posições como uma luta, tem que ter aquela alegria, esperança no coração. E as redes sociais estavam matando a minha esperança".