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Protagonista negra responde acusações de "genocídio branco" em "Star Trek"

Michelle Yeoh e Sonequa Martin-Green em cena de "Star Trek: Discovery" - Reprodução/EW
Michelle Yeoh e Sonequa Martin-Green em cena de "Star Trek: Discovery" Imagem: Reprodução/EW

Do UOL, em São Paulo

22/06/2017 12h06

A atriz Sonequa Martin-Green, que protagoniza a nova versão da série "Star Trek", respondeu aos comentários racistas que a série tem recebido na web desde a divulgação de seu primeiro trailer em maio. Internautas têm escrito comentários ofensivos, em geral, direcionados à diversidade do elenco.

"Eu encorajo essas pessoas a se apegarem à essência e ao espírito de 'Star Trek', que foi o que construiu o legado da série", disse Martin-Green em entrevista à "Entertainment Weekly".

Para ela, a série se tornou um fenômeno cultural porque espalhou o pensamento de que todos são iguais. "Olhar para a pessoa sentada à sua frente e perceber que vocês são iguais, que vocês não estão separados, e que todos somos um. Isso é algo que 'Star Trek' sempre sustentou, e eu acredito que foi o que possibilitou a série ficar no coração de tantas pessoas por tantas décadas", afirmou a atriz.

Além de Martin-Green, que interpreta a oficial Michael Burnham, o elenco de "Star Trek: Discovery" conta com Michele Yeoh como a Capitã Georgiou e com Anthony Rapp, que vive o primeiro personagem abertamente gay da franquia. 

Um artigo publicado na revista "The New Yorker" destacou o uso do termo "genocídio branco" entre as pessoas que desaprovaram a escalação de Martin-Green para protagonizar "Star Trek: Discovery". A produção também foi apelidada de "Star Trek Feminista Lésbica" na web. 

Considerada ultraprogressista desde seu lançamento nos anos 1960, "Star Trek" mostrou o primeiro beijo inter-racial da história da TV americana e tem como um de seus temas principais a habilidade de humanos e outras espécies de superarem as diferenças para resolver problemas.

"É difícil entender e apreciar 'Star Trek' se você não entende e aprecia isso", diz Martin-Green. "[Diversidade] é um dos princípios fundamentais da série, e eu penso que, se você perde isso, você perde todo o legado. Estou incrivelmente orgulhosa de protagonizar a produção e mostrar esse mundo pelos olhos de uma mulher negra, algo que ainda não tinha sido feito. Sinto que estamos dando um passo adiante, e acho que é algo que todas as histórias deveriam fazer", conclui Martin-Green.