Topo

"Fiquei paranoico", diz Fernando Fernandes sobre vida pós-BBB

Fernando Fernandes diz não gostar do termo "exemplo de superação" durante conversa com Pedro Bial - Divulgação/Globo
Fernando Fernandes diz não gostar do termo "exemplo de superação" durante conversa com Pedro Bial Imagem: Divulgação/Globo

22/09/2017 07h34

Fernando Fernandes reencontrou Pedro Bial 15 anos após ter participado do "Big Brother Brasil 2" e recordou como foi lidar com o assédio após sair do reality. O paratleta afirma ter sido difícil se acostumar a ser o centro das atenções por onde passava.

"A gente não tinha ideia da proporção, parece um preço por estar ali. Quando saí da casa fui correr na praia às 6h da manhã e fui reconhecido. Saber lidar com aquele furacão e com o assédio era muito difícil. Logo comecei a namorar a Dani (Winits) e peguei a fase do boom de paparazzo no Brasil. Para quem não está acostumado a lidar com câmera, parecia que tinham me jogado uma bomba. Fiquei até paranoico, tinha até síndrome de perseguição", confessa.

Ele afirma não gostar do termo "exemplo de superação" e explica seus motivos. "As pessoas lidam muito com isso não pelo que você realiza, mas por estar sobrevivendo em uma cadeira de rodas.  Esse preconceito que as pessoas tem na cabeça em relação à deficiência e capacidade me incomoda".

Fernando diz como fez para não se deixar abater com as sequelas o acidente de carro que sofreu em 2009. "Eu tinha de entender o momento, o que estava acontecendo. O mais fácil, no hospital, foi entender que eu precisava entender o momento, a aceitação do fato. Eu estava em um quarto do hospital, sem janela, poderia ser o pior lugar do mundo, mas foi onde encontrei paz na vida. Era o momento de eu me fechar e entender, para seguir em frente. A gente é muito induzido a viver a vida dos outros. Quando cria o mundo da sua forma, à sua maneira, você vive melhor. Antes, eu vivia o que os outros esperavam de mim".

A recuperação exigiu paciência. "Quando estava no hospital tive que usar fralda, aprender a andar, a comer... você vira uma criança". E por que ter uma vida tão radical? "Quero provar pra mim mesmo o quanto sou capaz de fazer o que me proponho. Vi que eu podia ser um instrumento de quebra de paradigma".