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Literatura e cinema de horror: As origens dos personagens do Dark Universe

Pôster do filme "O Médico e o Monstro", de 1931 - Divulgação - Divulgação
Pôster do filme "O Médico e o Monstro", de 1931
Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

07/06/2017 04h00

A produtora Universal divulgou no final de maio o projeto “Dark Universe”, que vai reunir grandes personagens do cinema de horror das décadas de 1930 e 1940, conectando-os pela misteriosa organização Prodigium, comandada pelo Dr. Henry Jekyll.

A primeira parte da nova concepção invade os cinemas nesta quinta-feira (8) com “A Múmia”, estrelada por Tom Cruise e Sofia Boutella. A refilmagem chega 75 anos após o primeiro filme estrelar nas telonas.

A próxima produção a chegar aos cinemas será apenas em 2019, com “A Noiva de Frankenstein”, apresentada pela primeira vez em 1935. O único ator confirmado no longa, por enquanto, é Javier Bardem, que vai interpretar a sinistra criação do visionário cientista.

Dentre as informações já anunciadas, destaca-se ainda Johnny Depp como o misterioso Homem-Invisível, revisitando o clássico de 1933, e Russell Crowe como o genial Dr. Jekyll. Já os boatos, sempre interessantes, garantem que Dwayne Johnson será o Lobisomem, enquanto Angelina Jolie interpretará a companheira de Frankenstein.

Um universo de monstros parece uma ideia fascinante e deixou muita gente animada com o projeto. Sentiu falta de (tantos) outros filmes que se encaixariam na nova proposta? Calma, a Universal aos poucos vai divulgar novas informações e, segundo contam os bastidores de Hollywood, "Drácula", "O Fantasma da Ópera" e "O Corcunda de Notre-Dame" também serão representados.

Por enquanto, descubra um pouco mais sobre a origem de cada personagem que fará parte do “Dark Universe”, passando pela literatura e invadindo a sétima arte.

Frankenstein

Pôster do filme "Frankenstein" - Divulgação - Divulgação
Pôster do filme "Frankenstein"
Imagem: Divulgação

O monstro criado pelo miraculoso cientista Victor Frankenstein saiu da mente da escritora Mary Shelley e foi publicado pela primeira vez em 1818, na Inglaterra pós-Revolução Industrial. O sucesso foi extraordinário e uma adaptação chegou aos cinemas com Boris Karloff no elenco. O personagem monstruoso mais icônico da carreira do ator apareceu nas telonas no dia 21 de novembro de 1931.

Em um dos momentos mais marcantes do filme dirigido por James Whale, Victor berra ao "dar à luz" o "moderno prometeu": "Agora eu sei como é ser Deus". Apesar da frase virar referência, ela nunca esteve no livro original. Outras adaptações chegaram aos cinemas, mas nenhuma ganhou destaque como o filme original.

A Noiva do Frankenstein

Pôster do filme "A Noiva de Frankenstein", de 1935 - Divulgação - Divulgação
Pôster do filme "A Noiva de Frankenstein", de 1935
Imagem: Divulgação

Com a dupla de diretor e ator de volta, a história ainda ganhou o protagonismo de Elsa Lachester como a versão feminina do monstro. O filme de 1935 ficou marcado também por unir o terror visto na obra original com um senso de humor raro na sétima arte da época. O projeto acabou dando continuidade à história de Mary Shelley com um toque de personalidade que marcou as produções do gênero. 

O monstro agora vive isolado, bebe e fuma. Mas, claro, que falta uma companheira para a grotesca criação. Com o doutor Pretorius seguindo os passos de Frankenstein, a oportunidade de dar vida novamente a um morto pode ser a salvação da criatura.

A Múmia

Pôster do filme "A Múmia", de 1932 - Divulgação - Divulgação
Pôster do filme "A Múmia", de 1932
Imagem: Divulgação

O primeiro filme a receber uma nova modelagem pela série "Dark Universe" vai ser "A Múmia". O longa original, de 1932, foi baseado numa história do casal Richard Schayer e Nina Wilcox Putnam, e tinha Boris Karloff (novamente) e Zita Johann como as estrelas principais.

Na época, a cultura egípcia vinha fascinando o mundo, principalmente após o descobrimento da misteriosa tumba de Tutancâmon, em 1923. Claro que Hollywood não iria perder a oportunidade de colocar isso nas telonas. A história também é lembrada pela trilogia recente encabeçada por Brendan Fraser e Rachel Weisz, que teve início no final dos anos 1990 e foi encerrada em "A Múmia: Tumba do Imperador Dragão", de 2008.

O Homem-Invisível

Pôster de "O Homem-Invisível", de 1933 - Divulgação - Divulgação
Pôster de "O Homem-Invisível", de 1933
Imagem: Divulgação

O escritor H.G. Wells foi responsável por criar uma base de fãs com suas histórias de ficção científica, como "A Máquina do Tempo" e "A Guerra dos Mundos', mas também passou pelo gênero do horror, com "A Ilha do Dr. Moreau" e "O Homem-Invisível", a versão mais marcante da obra do inglês nos cinemas. 

O protagonista Jack Griffin descobre uma fórmula que o deixa invisível --sem saber como reverter o processo. O novo poder o transforma em um ser sem sentimentos, viciado e alucinado, que comete crimes atrás de crimes para tentar sobreviver.

O filme também foi dirigido por James Whale, e estreou nos cinemas em novembro de 1933.

O Lobisomem

Pôster do filme "O Lobisomem", de 1941 - Divulgação - Divulgação
Pôster do filme "O Lobisomem", de 1941
Imagem: Divulgação

O roteiro de Curt Siodmak foi baseado na mítica criatura cuja história roda o imaginário popular há séculos. A produção chegou aos cinemas em 1941, alguns anos depois da primeira tentativa da Universal de popularizar a imagem do homem que se transforma em lobo, no filme "O Lobisomem de Londres", de 1935.

A trama contava o sinistro destino de Larry Talbot, mordido por um lobisomem enquanto passava por um vilarejo cigano. 

O ator Lon Chaney Jr. foi escalado para viver o personagem infectado, e tinha como companheiro de elenco Bela Lugosi --lembrado eternamente pela sua performance como Drácula, no clássico filme de 1931.

Dr. Henry Jekyll

"O Estranho Caso do Doutor Jekyll e do Senhor Hyde" sempre será lembrado quando o tema é o maniqueísmo entre o bem e o mal. O livro original de Robert Louis Stevenson saiu em 1886 e chocou a sociedade com a transformação demoníaca de Jekyll. 

Mesmo não sendo produzidos pela Universal, a história virou filme em 1920 e em 1931. O personagem sempre dá o ar da sua graça --dependendo da ocasião-- na cultura pop, desde a HQ "A Liga Extraordinária", criada por Alan Moore, até a série "Penny Dreadful", que tinha a ideia de unir diversos personagens criados no século 19.