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Só 14 mulheres venceram o Nobel de Literatura – veja fatos sobre o prêmio

Rodrigo Casarin

05/10/2017 14h30

Doris Lessing, a mais velha a vencer o Nobel.

Em dia de anúncio do novo premiado, veja algumas curiosidades sobre o Nobel de Literatura:

Quarentão e oitentona: o mais jovem a receber o prêmio foi o britânico Rudyard Kipling, que tinha 41 anos quando foi agraciado em 1907. Já a mais velha é recente, foi premiada 100 anos depois de Kipling: a também britânica Doris Lessing, vencedora de 2007, aos 88 anos.

Mulheres: Doris Lessing é uma das 14 mulheres agraciadas pelo prêmio até aqui – contando com o anúncio de hoje, 100 homens já foram os laureados na categoria. Se o número de escritoras ainda é bastante baixo, ao menos a Academia Sueca vem dando uma atenção maior para elas neste século 21: dessas 14 premiadas, 5 receberam o Nobel de 2004 pra cá, mais de um terço das nomeadas – e outras três já tinham sido galardoadas na década de 1990. Ou seja, nos últimos 27 anos a medalha e a grana foram para 8 autoras, enquanto nos outros 90 anos apenas 6 tinham vencido.

Número de indicados: os nomes indicados para a Academia Sueca só são revelados após 50 anos do anúncio de cada Nobel – nas próximas horas devem ser liberados os autores postulantes ao prêmio de 1967. Considerando até o ano de 1966, os acadêmicos já tinham recebido 3.104 indicações ao Nobel de Literatura.

POR QUE O BRASIL NUNCA GANHOU O NOBEL DE LITERATURA? MAS ELE MERECIA UM?

Anos vagos: em 7 anos o Nobel de Literatura não foi dado a ninguém: 1914, 1918, 1935, 1940, 1941, 1942 e 1943. O regulamento da premiação prevê que ela pode não ser entregue caso os acadêmicos não encontrem alguém que mereça vencê-la naquele ano. Exceto por 1935, quando a situação política e bélica global já estava tensa, esses anos sem Nobel coincidem com a Primeira e a Segunda Guerra Mundial.

Honraria dividida: em quatro oportunidades o Nobel foi entregue para dois escritores no mesmo ano: em 1904, o francês Frédéric Mistral e o espanhol José Echegaray o levaram, em 1917, os dinamarqueses Karl Gjellerup e Henrik Pontoppidan, em 1966, o israelense Shmuel Agnon e a alemã Nelly Sachs, e em 1974, os suecos Eyvind Johnson e Harry Martinson.

Prêmio póstumo: em 1974 a fundação que regulamenta o Nobel estipulou que não poderiam ser nomeados vencedores já mortos – os chamados prêmios póstumos. Antes disso, um escritor tinha sido nobelizado nesta situação: o sueco Erik Axel Karlfeldt, nomeado em 1931, após sua morte no mesmo ano.

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Sobre o autor

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.

Sobre o blog

O blog Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.