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Querem "saci com perna cortada por samurai", diz autor de mangá nacional

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Imagem: Reprodução

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

05/12/2015 17h13

O mangá no Brasil, um dos segmentos dos quadrinhos que mais cresce no país, foi tema de um painel durante a Comic Con Experience (CCXP) neste sábado (5), em São Paulo. O bate-papo, que ocorreu no auditório Prime, contou com a participação de J. M. Trevisan, Érica Awano e Marcelo Cassaro, todos criadores do mangá nacional "Holy Avanger", além de Cassius Medauar, da editora JBC e Beth Kodama, da Panini.

Um dos pontos abordados durante a mesa foi a cobrança para que os criadores de conteúdo produzissem mangás com enredos tipicamente nacionais. "Querem que a gente faça histórias do tipo: saci tem perna cortada por samurai e vira mestre de kung-fu'", ironizou Trevisan. "O nosso mangá, infelizmente, ainda não tem uma 'cara'. Porém, para mim, o que importa é ter uma boa história", complementou Medauar.

Para Beth, o mercado nacional está crescendo. A editora usou como exemplo a palavra "nerd". "Antigamente, ser 'nerd' era uma ofensa. Hoje não. Todos se divertem e atrai esse público."

Medauar apontou também a distribuição dos mangás em livrarias como outro ponto. "Cada vez mais, os mangás estão saindo encadernados e nas bancas eles estragam. Nas livrarias, eles ficam mais tempo expostos e não estragam", resumiu.

Turma da Mônica Jovem
Além de trabalhar com o mangá "Holy Avangers", Marcelo Cassaro também trabalha com o "Turma da Mônica Jovem", versão dos personagens de Mauricio de Sousa para o púbilco familiarizado com a estética dos quadrinhos japoneses. Um dos pontos abordados no painel, portanto, foi se esse quadrinho poderia ser considerado um mangá legitimamente brasileiro.

"Os estúdios Mauricio de Sousa venderam essa ideia. No começo não era bem um mangá mas depois ganhou essa cara", explicou Cassaro. Ele explicou ainda que os roteiros são elaborados em reuniões acompanhadas por psicólogos que ajudam a apontar temas que falem diretamente com os jovens.

"Ainda não consegui, mas estamos tentando mostrar no Turma da Mônica Jovem temas atuais como corrupção, política, etc. Até tentamos fazer algumas analogias Mas, já abordamos temas como bulimia, bullying e anorexia".

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