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Sem destino, relíquias de Adoniran Barbosa estão encaixotadas em galeria

Adoniran Barbosa, um dos mais importantes nomes do samba de São Paulo e do Brasil - Reprodução
Adoniran Barbosa, um dos mais importantes nomes do samba de São Paulo e do Brasil Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

12/11/2017 22h37

O rico acervo de Adoniran Barbosa, pai do samba paulista, está sem destino. Roupas, óculos, chapéus, quadros e até a aliança feita com uma corda de cavaquinho para a segunda mulher do cantor, Matilde, estão encaixotados na Galeria do Rock, no centro de São Paulo.

"Trem das onze" construído por Adoniran Barbosa está entre as relíquias deixadas pelo sambista - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
"Trem das onze" construído por Adoniran Barbosa
Imagem: Reprodução/TV Globo
Entre as quase 1.000 peças deixadas pelo cantor para a filha única, Maria Helena, e mostradas no programa "Fantástico", da Globo, também está um "trem das onze", miniatura feita pelo próprio Adoniran, que se arriscava no artesanato. "Trem das Onze" é a música mais famosa do sambista, morto em 1982.

"O entendimento dela foi justamente no sentido de que isso não pode ficar escondido. Eu não tenho esse direito de manter isso de forma privada", afirmou a advogada dos herdeiros de Adoniran, Luciana Arruda, ao "Fantástico".

A família procurou ajuda do poder público. Nos anos 2000, parte dos objetos foi exposta no cofre de um banco, também em um teatro e no MIS (Museu da Imagem e do Som), onde o acervo não ficou todo junto. Por causa disso, a filha temia perder peças importantes do acervo do pai.

"Ela disse: 'Tenho medo de descobrir que muita coisa já foi dilapidada nesses caminhos que foi tomando'", revelou a advogada.

Acervo de Adoniran Barbosa está encaixotado na Galeria do Rock, em São Paulo - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Acervo de Adoniran Barbosa está encaixotado na Galeria do Rock, em São Paulo
Imagem: Reprodução/TV Globo
No período, o acervo foi levado para ser catalogado na USP (Universidade de São Paulo), foi transferido para um sítio e depois guardado um galpão, ambos no interior de São Paulo. Nesta semana, a administração da Galeria do Rock aceitou guardar as peças do sambista, que morava a poucos metros do prédio onde hoje ficam suas relíquias.

As peças continuarão encaixotadas em uma sala na Galeria do Rock, mas a advogada da filha de Adoniran lamenta que o acervo ainda não tenha um destino certo: "A gente vê com muita tristeza que isso não esteja acessível".

Aliança feita por Adoniran para a segunda mulher, Matilde, está entre as relíquias deixadas pelo sambista - Montagem/Reprodução/TV Globo - Montagem/Reprodução/TV Globo
Aliança feita por Adoniran para a segunda mulher, Matilde
Imagem: Montagem/Reprodução/TV Globo