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Em momento raro, "Video Show" mostra imagens de atriz em outra emissora

Zezé foi a convidada do quadro "Meu Vídeo é um Show" - Reprodução/Globo
Zezé foi a convidada do quadro "Meu Vídeo é um Show" Imagem: Reprodução/Globo

Do UOL, em São Paulo

21/11/2017 15h13

Zezé Motta conseguiu um feito raro no "Video Show" desta terça-feira (21): cenas de um trabalho seu em outra emissora foram exibidas durante a homenagem que recebeu no quadro "Meu Video é um Show" --geralmente, o programa ignora o que os atores fizeram fora da Globo, a não ser quando se trata das TVs Tupi e Excelsior, há décadas extintas. Até então trabalhos no SBT, Record ou na própria Manchete eram deixados de lado, como se não tivessem existido.

Ela apareceu em cena da novela "Xica da Silva", produzida pela Manchete em 1996 e reprisada pelo SBT em 2005, logo no início do quadro "Meu Video é um Show". Na trama, Zezé deu vida à mãe da protagonista, vivida por Taís Araújo.

A exceção foi aberta porque a atriz já tinha interpretado Xica no filme homônimo de 1976 e em um episódio do programa "Aplauso", em 1979. Ela contou como surgiu o convite para a trama da Manchete, escrita por Walcyr Carrasco sob o pseudônimo de Adamo Angel.

"Foi muito louco, estava fazendo um filme em Cabo Verde quando o [diretor Walter] Avancini me ligou dizendo: 'Topa ser a mãe da Xica?' Eu tomei um susto. Quando cheguei no hotel vi que se passaram 23 anos que eu fiz a personagem, então pensei: 'Já tenho idade para ser mãe dela'. Pedi para pensar e dar a resposta no dia seguinte, mas depois liguei dizendo: 'Claro que topo!'. Eu me dei conta que era uma homenagem belíssima".

No ar em "O Outro Lado do Paraíso" como a Mãe do Quilombo, ela comenta a importância da novela tocar no tema. "A maioria dos brasileiros não tem a menor ideia de como se vive num quilombo, e são mais de três mil pelo Brasil. Eles vivem meio marginalizados, falta saneamento, luz, professor... Estou muito feliz com esse tema na novela, é bom para chamar a atenção da sociedade".

Zezé acredita que a sociedade evoluiu um pouco na questão do racismo ao longo das décadas, comparando com o tempo em que fez a novela "Corpo a Corpo", em 1985, e enfrentou rejeição por fazer par romântico com um galã. "O racismo ainda existe, infelizmente, mas está tendo uma torcida para que a personagem da Érika Januza se case com o mocinho [Caio Paduan], ao contrário de quando fiz a noiva do Marcos Paulo", compara.