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50 anos depois, a fúria dos anos 60: Peso do The Who faz Rock in Rio tremer

Alexandre Matias

Do UOL, no Rio

24/09/2017 00h18

Mais de 50 anos se passaram para que os brasileiros pudessem assistir ao The Who ao vivo. Fato é: A banda que pisou neste sábado (23) na Cidade do Rock pode não ser mais aquela que foi considerada uma das mais barulhentas do mundo, mas fez ressoar sua potência por toda a Cidade do Rock.

Após passar por São Paulo na última quinta (21), a banda desembarcou no Rio com uma apresentação ligeiramente mais enxuta, sem a presença de “The Seeker”, “Eminence Front” e “The Rock” no setlist, mas com todos os clássicos assegurados em uma hora e meia de show: “I Can’t Explain”, “Substitute”, “Who Are You” e “The Kids Are Alright”, em uma tacada só, foram responsáveis por abrir o show nesta noite.

O público estava entregue à banda, e mesmo que grande parte estivesse esperando o show dos Guns N Roses, o clima foi de reverência em relação à presença de Roger Daltrey e Pete Townsend, que não tiveram dificuldades em conquistar a massa: o primeiro com a voz precisa e o segundo com riffs e solos ferozes. 

Mesmo em versão septuagenária, o vocalista Roger Daltrey e o guitarrista Pete Townshend, únicos integrantes vivos do Who, entregaram exatamente o que cada fã cresceu assistindo nos vídeos: Microfone balançando no ar, palhetadas de braço giratório e muito peso.

Do alto de seus 72 anos, Townshend estava especialmente animado com o mar de gente em frente ao palco principal.

“É ótimo estar aqui hoje. Vocês vão embora para casa em pedaços”, prometeu antes de tocar “My Generation”, porrada lançada em 1965, ano em que a banda, junto com os Rolling Stones e os Beatles, mudaram o mundo para sempre com a invasão britânica. “Muitos de vocês não eram nem nascidos quando essa canção foi escrita.”

Com o peculiar humor inglês, o guitarrista ainda brincou com uma voz no gargarejo que pedia “Magic Bus” – que não entrou no setlist – e depois de “Bargain” pediu desculpas a Roger por uma nota errada. “Nem notei”, o vocalista respondeu aos risos.

A estreia, no entanto, pode ter sido também a última passagem do Who por aqui. Ao desembarcar no Brasil, Townshend disse que vai tirar um ano sabático. “Preciso desesperadamente fazer algo novo e diferente - e ainda não tenho um plano para o que eu possa fazer. Vai surgir, suponho.”