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5 personagens que Harrison Ford poderia retomar depois de Blade Runner 2049

Roberto Sadovski

04/10/2017 18h50

 

Blade Runner 2049 chega aos cinemas trazendo de volta Harrison Ford como o caçador de andróides Rick Deckard. Não é a primeira revisão moderna que o ator faz de um de seus personagens clássicos. Ele voltou a usar o chapéu e o chicote em 2008 com Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal – e deve reprisar o papel do arqueólogo mais uma vez em 2020. Star Wars: O Despertar da Força também viu o retorno de Han Solo em 2015… mas algo me diz que este não é um herói que Ford voltará a interpretar. O astro chegou a brincar durante a última Comic Son em San Diego que seu objetivo era voltar a todos os personagens que uma vez ele deu vida nos cinemas. Ok, é brincadeira. Mas, e se não fosse? Para dar uma força, separei cinco criações de Harrison Ford que, vá lá, mereciam mais uma chance na tela grande. O que você acha?

BOB FALFA

Quando George Lucas fez sua comédia dramática sobre a entrada no mundo adulto com Loucuras de Verão, lançado em 1973, os protagonistas eram Richard Dreyfuss e Ron Howard. Ford, entretanto, meio que roubou a cena como o valentão de chapéu de caubói Bob Falfa, um moleque crescido que enxergava a vida como férias eternas, regada a corridas clandestinas e álcool. Curiosamente, Ford voltou ao papel em outra ponta seis anos depois, mostrando Falfa agora como um policial – mas quanto menos você pensar em More American Graffiti, melhor. Quatro décadas depois, o que houve com Bob Falfa? Continuou do lado da lei? Voltou a ser arruaceiro? Tornou-se eleitor de Donald Trump? Essa é uma nova série cinematográfica que os fãs de Ford aguardam há anos e anos!

JOHN BOOK

Em sua única indicação ao Oscar de melhor ator, Harrison Ford viveu o policial John Book, que em A Testemunha, dirigido por Peter Weir em 1985, torna-se protetor de um garoto amish, única testemunha de um assassinato na cidade grande. O drama policial tirou o ator de sua zona de conforto e o fez enfrentar um papel longe dos heróis mais diretos de seus filmes até então. Como Peter Weir ainda é um gênio, talvez seja a hora de pegar a agenda e ligar para Ford, na tentativa de colocar John Book mais uma vez em um ambiente ao qual ele não pertence, tentando ser o sujeito honesto em um mundo que não anda no mesmo ritmo. Acho que Kelly McGillis também gostaria de receber essa ligação.

JACK RYAN

Justiça seja feita, Ford não foi o ator que primeiro soprou vida ao analista da CIA Jack Ryan (a honra ficou com Alec Baldwin, que o interpretou em A Caçada ao Outubro Vermelho). Mas foi com Ford que Ryan encontrou sua vocação para herói solitário em um sistema que, muitas vezes, o deixa de lado. Jogos Patrióticos (192) e Perigo Real e Imediato (1994), ambos dirigidos por Philip Noyce, foram o tipo de filme de ação pensante que o cinemão atual poderia usar. Nos livros de Tom Clancy, Ryan eventualmente é eleito presidente dos Estados Unidos. Basta ignorar que Ford já fez um presidente que não foge da luta (em Força Aérea Um, que Wolfgang Petersen fez em 1997) e a volta de Jack Ryan pode, finalmente ser um triunfo. Ok, ok, Ben Affleck e Chris Pine podem dar as caras em uma ou outra ponta. Ou não.

RICHARD KIMBLE

E já se passaram 24 anos desde que o doutor Richard Kimble foi acusado de matar sua esposa – e lutou por sua inocência – no frenético O Fugitivo, dirigido por Andrew Davis. Nesse tempo, será que Kimble voltou a se casar? Será que sua vida voltou ao normal? O colega de Ford em cena, Tommy Lee Jones, reprisou o papel do policial federal Samuel Gerard em… errrr… Os Federais, de 1998. Talvez algum roteirista esperto possa arrumar um jeito de Gerard ter de pedir ajuda a Kimble para encontrar (ou ajudar) um novo fugitivo. Ou, talvez, Kimble enlouqueça e de fato tire a vida de alguém! Claramente eu não sou um roteirista esperto…

DRUMMER

Acho que já passou da hora de Sylvester Stallone aposentar seu papel de protagonista na série Os Mercenários, que se tornou uma verdadeira A Praça É Nossa para astros de ação decanos. Mas o show não pode parar, e por isso os produtores precisam colocar a série nos ombros de outro de seu vasto elenco. E não estou falando de Terry Crews, e sim de Harrison Ford, que em Os Mercenários 3 deu vida ao espetacular piloto Drummer, grande responsável pela sobrevivência de todo o time no filme de Patrick Hughes. Ao menos é assim que eu lembro, confesso ter cochilado em um ou outro pedaço da aventura. Era esse que tinha Mel Gibson como vilão? Ou era Van Damme? Enfim, Harrison Ford tem um leque infinito de personagens que ele pode retomar. Estaremos todos no cinema, certo? Certo??!

Sobre o autor

Roberto Sadovski é jornalista e crítico de cinema. Por mais de uma década, comandou a revista sobre cinema "SET". Colaborou com a revista inglesa "Empire", além das nacionais "Playboy", "GQ", "Monet", "VIP", "BillBoard", "Lola" e "Contigo". Também dirigiu a redação da revista "Sexy" e escreveu o eBook "Cem Filmes Para Ver e Rever... Sempre".

Sobre o blog

Cinema, entretenimento, cultura pop e bom humor dão o tom deste blog, que traz lançamentos, entrevistas e notícias sob um ponto de vista muito particular.