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"Não tenho compromisso com patrulhas", diz Gloria Perez sobre fim de Bibi

Bibi nada no dinheiro do crime e imita Tio Patinhas em A Força do Querer - REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Bibi nada no dinheiro do crime e imita Tio Patinhas em A Força do Querer Imagem: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

20/09/2017 04h00

Aos poucos, Bibi (Juliana Paes) conquistou o apelido de Perigosa em "A Força do Querer": a iludida estudante de Direito ficou para trás, dando lugar à mulher seduzida pelo dinheiro e pelo poder do tráfico de drogas e devotada a Rubinho (Emilio Dantas). Com um perfil que, tradicionalmente, não cabe na definição de mocinha, ela ainda pode ter um final feliz? 

Gloria Perez não descarta essa possibilidade, mesmo que um desfecho positivo para a personagem possa significar críticas de glamourização do crime. Algo que a autora não teme.

A autora Gloria Perez foi uma das primeiras a chegar para acompanhar o primeiro capítulo de "A Força do Querer" - Wallace Barbosa / AgNews - Wallace Barbosa / AgNews
A autora Gloria Perez
Imagem: Wallace Barbosa / AgNews

"Não tenho compromisso com patrulhas. De modo que tudo pode acontecer", garante Gloria.

"A título de curiosidade: a Bibi da vida real foi absolvida. Mas se trata de uma inspiração, não há comprometimento em contar sua história verdadeira, por isso pude fazer a Bibi personagem ir muito além", afirma ela, referindo-se à trajetória de Fabiana Escobar, que ficou casada durante 14 anos com Saulo de Sá Silva, o traficante Saulo da Rocinha.

A história da Baronesa do Pó, que a autora planejava há tempos transformar em minissérie, no entanto, virou espinha dorsal de uma novela que tem sido bem-sucedida na estratégia de jogar em várias frentes, com tramas fortes.

É o caso de Ivana, que revelou Carol Duarte na TV e tem alcançado boa repercussão ao abordar um personagem transgênero no horário nobre. A escritora garante ficar mexida ao escrever algumas sequências da personagem, como a que a jovem anuncia aos pais que é um homem trans.

"Eu me emociono, claro. A cada cena você tem de trazer a emoção da personagem para si e traduzi-la", diz a escritora. 

Gloria garante que, mesmo com o rodízio de protagonismo proposto em "A Força do Querer" , "nenhuma personagem ficou esquecida".

"O peso de cada uma delas estava posto de maneira muito clara já na sinopse. A opção foi usar grandes atores, mesmo nos papéis com menos proporção de cenas, e isso se mostrou essencial para o resultado que alcançamos", afirma.

O "resultado" foi levantar a audiência da faixa das 21h, que vinha sofrendo nos últimos anos para elevar os números, e hoje consegue ultrapassar a casa dos 40 pontos sem tanta dificuldade. Mas a autora desconversa sobre uma possível pressão para chegar a esse resultado.

"Acho que conseguimos o que nos propusemos fazer: emocionar, divertir, fazer pensar", diz.