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Conheça os whovians, fãs de "Dr. Who" que amam o vilão de "Jessica Jones"

Natalia Guaratto

Do UOL, em São Paulo

05/12/2015 07h00

Jessica Jones pode até ser a heroína do momento, mas o que se viu no segundo dia da Comic-Con Experience foram fãs saudosos de David Tennant, o décimo “Doctor Who”, que interpreta o vilão Kilgrave da série do Netflix

Sem esperanças de entrar no já lotado auditório Cinemark em que acontece o painel do Netflix, os whovians – modo como o fandom de Doctor Who se denomina – aproveitaram a tarde para tirar muitas fotos e curtir outras atrações da feira geek. 
 
Vestindo um terno costurado pela avó e sobretudo, o estudante Lucas Soriano, de 15 anos, veio de Presidente Venceslau para tentar um autógrafo de Tennant.
 
“Gosto de Doctor Who porque ele sempre resolve os problemas com uma alternativa, sem violência. Ele não usa nada, além da chave de fenda, que é tipo uma tekpix, faz várias coisas, menos abrir uma porta de madeira”, explicou o jovem em entrevista ao UOL. Ele também portava um “papel psiquíco” e disse que estava pensando em usar o “gadget” para dar uma carteirada e conseguir acesso a todas as áreas do evento. 
 
Mais requisitada do que a Tardis, máquina do tempo do Doctor Who, em tamanho real exposta em em um dos estandes, a revisora de textos e cosplayer Gi Pausa Dramática, cujo sobrenome complicado ela preferiu não revelar, virou uma atração a parte para os whovians por estar vestindo um figurino inspirado no meio de transporte do herói britânico. 
 
“Comecei ver a série em 2013 e terminei oito temporadas em dois meses. Já fui para o País de Gales, em Cardiff Bay, para a Doctor Who Experience. Participei de uma missão, vi todos os figurinos”, afirmou ela que desistiu de ficar na fila para ver Tennant de perto. “Se eu ficar lá, vou perder todo o evento”, justificou. 
 
A estudante de veterinária Maria Clara Furlan, de 20 anos, também estava chateada. “Queria ver o Tennant, mas o evento está desorganizado. Única coisa que tem para fazer aqui é ficar em fila”, reclamou. Apesar de não conseguir ver o ídolo, ela contou que a série a ajudou a superar uma depressão. “Eu não tinha amigos quando comecei a ver, aprendi muito com a série. Não viria a um evento desses cheio de gente há alguns anos e hoje eu vi. Aprendi muito com Doctor Who”. 
 
Whovians em família
Vestidos com camisetas em homenagem a Tardis, a advogada Michele, 34 anos, e o analista de sistemas Adriano Trancoso, 37 anos, vieram de Curitiba para ver Tennant. Apreensivos no final da fila, eles contaram que começaram a ver a série juntos no começo do namoro. “Assistimos Jessica Jones só por causa dele e apesar de ser um vilão, nos apaixonados”, disse Michele. “Nossa maior loucura por Doctor Who vai ser conseguir vencer essa fila. 
 
Mais despreocupado, o empresário Eduardo Vendramel, de Olímpia, trouxe o filho Lucca e um amigo dele, Daniel Alves Dias, ambos de 14 anos, para curtir a feira e tentar ver Tennant. 
 
“Não somos nerds, somos geeks, está no DNA da família. Eu trabalho muito, então é o único momento que eu tenho para ficar com eles”, disse. 
 
Muito animado ao discorrer sobre seus intérpretes preferidos de “Doctor Who”, Lucca fez um pedido especial a reportagem do UOL. “Coloca aí para os whovians que que eu disse Allons-Y Alonso. Eles vão entender”.