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Sem hit apropriado, Ivete Sangalo desfalca o Brasil em mais uma Copa

"Festa", de Ivete Sangalo, foi hit absoluto durante a conquista do Penta, em 2002 - Francisco Cepeda/AgNews
"Festa", de Ivete Sangalo, foi hit absoluto durante a conquista do Penta, em 2002 Imagem: Francisco Cepeda/AgNews

05/06/2018 14h17

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A seleção brasileira conquistou o pentacampeonato embalada por uma música que celebrava o multiculturalismo de um evento como a Copa do Mundo, embora não tivesse sido composta para este fim. "Festa" foi um dos maiores arrasa-quarteirões de uma cantora acostumada a arrasar quarteirões, a fundamental Ivete Sangalo.

O disco saiu ainda em novembro de 2001, dando tempo suficiente para a canção pegar tração e se tornar um hino pós-sincrético daquele momento de tantas mudanças. Era um mundo superando a falta de efeitos do bug do milênio, iniciando um processo de maior inclusão social e empolgação econômica.

"E vai rolar a festa! Vai rolar! O povo do gueto mandou avisar", cantávamos nas madrugadas de 2002, enquanto a bola rolava no Japão e na Coreia do Sul. Ronaldo marcando época. Rivaldo se consolidando como maior craque da história. E o Felipão, ah, o Felipão, ainda dando indícios de que saberia quando parar.

Se a Copa tinha dois países como sede, era justo que a seleção ostentasse também mais de uma trilha sonora oficial. Além de Veveta, "Deixa a vida me levar" de Zeca Pagodinho também foi sucesso, como se quiséssemos acreditar que distraídos venceríamos. Mas a pujança de "Festa" sempre me pareceu ter mais a ver com o grande feito.

A mensagem de diversidade pode até parecer ainda mais necessária nos tempos bicudos em que vivemos. "Tem gente de toda cor / Tem raça de toda fé / Guitarras de Rock 'n Roll / Batuque de Candomblé", diz outro trecho da letra.

Nesse meio tempo, nosso time fracassou em 3 Copas, sendo a mais recente um vexame difícil de sarar. Na ausência de um hit apropriado na lavra recente de Ivete Sangalo, que há tanto tempo já desfalca nossa seleção, talvez o caminho seja mesmo reciclar a música como hino 16 anos depois. Com um escrete mais internacional do que nunca, "misturando o mundo inteiro, vamos ver no que é que dá".

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